
"Depois de demonstrada negligência do Banco de Portugal no acompanhamento do processo Banco Espírito Santo [BES] e Espírito Santo Financial Group [ESFG], ambas as instituições sob supervisão desta instituição, Carlos Costa é premiado com a recondução para mais um mandato de cinco anos, que este fez saber que não queria", sublinha a ABESD em nota hoje enviada às redações.
A entidade questiona: "Será que no país não existem mais pessoas adequadas a um cargo de tamanha importância?".
Para os clientes lesados, Carlos Costa "falhou na supervisão, falhou na resolução" do BES e "continua a falhar na transparência com os investidores".
"Por que não se resolvem os problemas do papel comercial? Porque o Banco de Portugal não quer ou porque o Banco Central Europeu não quer?", interrogam.
A ABESD diz representar cerca de 70 milhões de euros de pequenas poupanças efetuadas, em muitos casos sem qualquer conhecimento dos próprios, em produtos financeiros simples junto de instituições do ESFG.
O Governo enviou no final de maio à Assembleia da República uma proposta de recondução de Carlos Costa como governador do BdP.
Nos termos da lei em vigor, a nomeação de Carlos Costa para um novo mandato de cinco anos tem de ser precedida de uma audição em comissão parlamentar.
Carlos Costa foi nomeado governador do BdP em 2010, pelo anterior Governo do PS, e está em funções desde 07 de junho desse ano.
PPF (IEL) // CSJ
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