O anúncio consta de um decreto presidencial de 15 de janeiro, a que a Lusa teve hoje acesso, autorizando o Ministério das Finanças a emitir Obrigações de Tesouro em Moeda Nacional a favor do FGC, visando "ampliar a concessão de crédito agrícola aos produtores nacionais".

A emissão será de até 5.180 milhões de kwanzas (30,5 milhões de euros) e o prazo de reembolso de 24 anos, com juros de 5% ao ano, indica ainda o decreto assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

O programa "Angola Investe" foi impulsionado pelo Governo angolano para apoiar o investimento em setores de atividade produtiva no país, através de crédito bancário.

Em paralelo, o executivo avançou em 2012 com a criação do Fundo de Garantia de Crédito, como suporte a este programa e que chegou a analisar cerca de 100 pedidos de crédito por dia em 2014.

Um estudo apresentado em novembro pela consultora KPMG alertou para a tendência crescente no volume do crédito vencido em Angola. A taxa de crédito malparado de 14,5% em 2014 compara com uma percentagem de 11,3% no ano anterior, mas há também "uma grande concentração de risco" nos empréstimos concedidos, reconheceu na ocasião Vítor Ribeirinho da KPMG.

"Na generalidade dos bancos, os vinte principais clientes significam qualquer coisa como 60 ou 70% da carteira de crédito. Obviamente que isto não é desejável, basta que um desses clientes entre em dificuldades para trazer dificuldades maiores aos bancos", apontou, identificando a necessidade de os bancos "diversificarem" o crédito.

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