"A transição da China para um ritmo de crescimento mais moderado, embora fosse amplamente esperada, parece ter repercussões transfronteiriças mais graves do que o inicialmente previsto, refletindo-se na baixa do preço das matérias-primas e dos mercados bolsistas", refere o Fundo Monetário Internacional, num relatório citado pela AFP e publicado antes da reunião de ministros das Finanças e chefes dos bancos centrais das maiores economias mundiais, em Ancara (Turquia).

O FMI advertiu que a situação na China e outros riscos possam conduzir a "uma perspetiva muito mais débil" da economia global se as maiores economias do planeta não levarem a cabo uma resposta "coordenada".

"São riscos que apontam para a baixa, e se alguns deles ocorrerem em simultâneo, isso poderia corresponder a uma perspetiva muito mais débil. É necessária uma ação política conjunta e forte para aumentar o crescimento e mitigar os riscos", disse o FMI.

Assim, o fundo instou os países desenvolvidos a manterem políticas monetárias expansivas e programas de fomento do crescimento através da fiscalidade e do consumo.

Os países em vias de desenvolvimento, por sua vez, deveriam, segundo o fundo, "permitir que as suas moedas se desvalorizem substancialmente", para assim fomentar as exportações".

A desaceleração da economia chinesa nota-se especialmente nos países produtores de matérias-primas como o Brasil e outras economias latino-americanas, já que os preços destes produtos caíram em consequência da redução da procura do gigante asiático.

Para este ano, o FMI prevê um crescimento global de 3,3%, uma décima abaixo dos 3,4% registados em 2014, enquanto estima crescimentos superiores aos do ano passado para os Estados Unidos e Eurozona e um crescimento quase um ponto inferior ao de 2014 para China.

Os ministros das Finanças do G20, que reúne as maiores economias do mundo, encontram-se esta sexta-feira e sábado em Ancara, para preparar a cimeira do grupo em novembro, em Antalya (Turquia).

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