Chama-se Juan de Dios Crespo Pérez. Conheça o “Messi” da advocacia que o Sporting contratou

De Messi a Neymar, do Real Madrid ao Roma, conheça o advogado espanhol que representa o Sporting no caso das rescisões. Ao ECO, remeteu explicações para mais tarde.

El abogado que se gana a sí mismo“. É assim que a Marca descreve o advogado mais requisitado do mundo desportivo. Juan de Dios Crespo Pérez, 58 anos, já defendeu estrelas do futebol como Messi — de quem livrou de uma suspensão de quatro jogos — ou Neymar — na famosa transferência milionária do jogador de Barcelona para o Paris Saint German (PSG) –, foi advogado do Málaga e prestou assessoria jurídica a clubes como o Real Madrid, Roma e Shakhtar Donetsk.

Com um percurso focado em litígios contratuais entre clubes e pouco habituado a perder, o nome do espanhol chegou agora a Portugal: foi este o advogado contratado pelo Sporting para os casos das rescisões dos nove jogadores. Juan de Dios Crespo é especialista em direito desportivo e em direito internacional e comunitário, sócio da sociedade Ruiz, Huerta & Crespo, com sede em Valência, e deverá rumar a Lisboa para liderar a equipa de defesa do clube verde e branco. Contactado pelo ECO, o advogado escusou-se a comentar, por agora, as questões jurídicas à volta deste processo, “porque ainda estamos numa fase muito inicial”.

O espanhol, que mantém boas relações com as altas patentes da FIFA e com o TAD — Tribunal Arbitral de Desporto –, pode vir a ser uma dor de cabeça para Rui Patrício, Daniel Podence, Bas Dost, Bruno Fernandes, Gelson Martins, William Carvalho, Rodrigo Battaglia e Rafael Leão, que terão agora de dar provas de justa causa grave, culposa e que impossibilite a relação entre empregador e trabalhador para a rescisão unilateral dos contratos desportivos.

Relembre-se que haverá nove julgamentos diferentes, um para cada jogador, o que pode significar uma decisão diferente para cada jogador. É assim que a SAD se arma na luta para responsabilizar os atletas e/ou respetivos novos clubes a pagar a indemnização.

Um dos casos mais emblemáticos de Juan de Dios Crespo Pérez remonta a 2006, num processo pioneiro para o mercado de transferências internacionais. Tudo aconteceu quando o escocês Andy Webster invocou pela primeira vez o artigo 17 do regulamento de transferências da FIFA, que prevê que um jogador possa rescindir livremente com o clube pelo qual assinou se tiverem passado três anos desde o contrato (ou dois, no caso de o jogador ter mais de 28 anos) e apenas para representar uma equipa estrangeira. O jogador recorreu a este artigo para deixar o Hearts, na Escócia, e rumar ao Wigan, clube inglês.

Tendo sido primeiramente condenado a pagar 625 mil libras de indemnização ao Hearts, com a ajuda do advogado espanhol, Webster acabou por pagar apenas cerca de um terço do valor inicial — 150 mil libras — o correspondente ao valor que receberia caso tivesse permanecido no clube. Parece que Bruno de Carvalho não estava a brincar quando afirmou que “o Sporting contratou os melhores advogados do mundo”.

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