generalista
Sol
Désiré Simenon andava bastante atrapalhado. A coração atraiçoara-o e deixara de ter o ritmo de trabalho necessário para gerir, com o ritmo de antigamente, o seu negócio de aluguer de quartos, sobretudo para estudantes, num velho posto de correios abandonado do bairro de Amercoeur, em Liège. Era um tipo curioso, esse Désiré. Natural da região de Limburgo, nunca escondeu o incomodativo facto de ter como antepassado um canalha da pior espécie chamado Gabriel Brühl que terminaria os seus dias na forca no ano de 1743. Até usava o assunto como conversa de café. Georges, o seu filho mais velho, andava amargurado desde que a mãe, Henriette, decidira que o seu irmão mais novo, Christian, iria ser a luz dos seus olhos. Fora praticamente posto de parte e tornara-se um adolescente bem mais inquieto do que a maioria dos garotos da sua idade. A Bélgica podia ser, no início do século XX, a quarta potência industrial e comercial do mundo, mas basicamente o mundo estava-se nas tintas para a Bélgica e para os belgas. Georges, por seu lado, cansou-se de ver os pais estarem-se nas tintas para ele.
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