Raios laser rasgam o céu junto do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, no deserto de Atacama (Chile). Os lasers criam estrelas-guia artificiais que ajudam os astrónomos a corrigir distorções causadas pela turbulência atmosférica. O telescópio é um dos poucos capazes de captar directamente imagens de exoplanetas gigantes. Gerhard Hüdepohl, ESO Esta reportagem explica a forma como procuramos vida e tentamos estabelecer contacto. Texto: Jamie Shreeve Fotografias: Spencer Lowell Arte: Dana Berry No seu gabinete no 17.º piso do Edifício 54 do MIT, Sara Seager encontra-se no lugar mais perto possível do espaço em Cambridge, no estado de Massachusetts (EUA). Da janela, ela consegue ver para lá do rio Charles, até à baixa da cidade de Boston. No interior do edifício, o panorama alarga-se até à Via Láctea e mais além. Esta astrofísica de 47 anos é especialista em exoplanetas, ou seja, em todos os planetas do universo excepto aqueles que já conhecemos, pois orbitam o nosso próprio Sol. Num quadro de ardósia, ela escreveu a equação que concebeu para calcular a probabilidade de detectar vida num desses planetas. Noutro quadro, existem numerosos objectos, incluindo um frasco com fragmentos vítreos brilhantes.