Marca Pessoal: Investimento ou vaidade?

Por Yvan Mendes, Marketing manager e champion DE&I, Bel Portugal

Actualmente, vivemos num mundo cada vez mais interligado, rápido, acessível a todos, mas também mais competitivo, desafiador e fragmentado. Com a ascensão das redes sociais, a marca pessoal tornou-se um chavão que cada vez mais se fala, todos querem ser (ou parecer!) influenciadores, especialistas e líderes em inúmeras áreas.

Defendem uns que hoje, mais do que nunca, precisamos de saber como nos destacar para aumentar as possibilidades de mantermos uma carreira longa e saudável.

Dirão outros que é uma vaidade ou que é apenas o ego inflado.

Mas afinal o que é isto da marca pessoal?

A sua marca pessoal é a combinação única das suas experiências, valores, paixões e personalidade comunicadas da forma correcta ao mundo. É sobre a impressão que deixa no outro. Uma percepção. É essa capacidade de criar uma marca, neste caso, o seu nome, que quando falamos do mundo corporativo, por vezes, se funde com o cargo que ocupa. “Ah, fulano é director da X”. Na verdade, deveria ser bem mais do que isso.

Não há como negar que investir na sua marca pessoal, nos dias de hoje, é obrigatório. Uma marca pessoal bem construída e trabalhada pode ajudar a abrir portas para oportunidades profissionais dentro ou fora da organização onde está. Escusado será dizer que lhe permitirá diferenciar-se do seu colega do lado.

Mas, afinal, por onde começar? Trago-lhe 4 sugestões por onde começar:

  • Identifique aquilo que realmente faz bem: comece por uma auto-reflexão. Pense nos seus valores e sobre o que realmente o apaixona, o que realmente o faz vibrar, aquilo que gosta e em que realmente pode acrescentar valor. Seja honesto consigo mesmo, isso vai ajudar a definir uma visão, um caminho e qual o seu propósito.
  • Verdade, Verdade, Verdade: ser verdadeiro é ponto assente para qualquer marca, na marca pessoal então é inegociável. Não vale a pena florear o que não o é. Seja o mais verdadeiro e autêntico possível, começando consigo próprio.
  • Consistência: não vale de nada ter um discurso “de fato e gravata” no LinkedIn se, na festa de fim de ano da empresa, se excede. Mantenha uma imagem consistente em todas as plataformas e interacções. Seja online ou offline.
  • Invista na sua visibilidade: o mundo hoje está mais conectado. Só depende de si. Aventure-se, escreva sobre as suas paixões, mostre o que faz de relevante e que partilhado pode gerar valor a outros. Não se acanhe, não pense que é demasiado novo ou velho, que uma vez fez aquele post com apenas dois gostos. Experimente, aprenda e verá que a sua visibilidade e alcance com o tempo correm o sério risco de aumentarem.

Mas não há bela sem senão. Não se foque demasiado na imagem externa em detrimento do real desenvolvimento das suas experiências e competências. Uma marca pessoal sem substância é como uma linda bolha de sabão cristalina, vem uma rabanada de vento e desaparece. O segredo está no equilíbrio entre o seu crescimento genuíno, o valor que pode trazer a quem o lê ou ouve e a promoção que faz da sua marca.

Construir a sua marca pessoal é um processo contínuo que requer autoconhecimento, autenticidade, consistência e intenção. Dá trabalho, mas eu considero ser um excelente investimento: se bem trabalhada, a sua marca pessoal pode ajudar a alavancar a sua carreira e alavancar o seu futuro.

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