A Salesforce deu hoje um novo passo na corrida pela liderança da inteligência artificial empresarial ao lançar o Agentforce 3, uma evolução significativa da sua plataforma digital de trabalho, desenhada para escalar agentes de IA com rigor operacional, interoperabilidade nativa e monitorização em tempo real.

Num momento em que a adoção de agentes de IA cresce exponencialmente — com um aumento de 233% em apenas seis meses, segundo dados do Slack Workforce Index — o maior entrave já não é a adesão, mas sim a capacidade de gestão. “As equipas não conseguem ver o que os agentes estão a fazer, nem otimizá-los com rapidez suficiente”, admite a própria Salesforce. O Agentforce 3 surge para resolver precisamente essa falha de visibilidade e controlo.

Entre os destaques está o novo Agentforce Command Center, uma solução integrada de observabilidade que permite às organizações monitorizar, medir e melhorar o desempenho dos seus agentes de IA ao longo de todo o ciclo de vida — numa lógica plug-and-play e com suporte para ferramentas de mercado como Datadog ou Splunk, graças à adoção do protocolo OpenTelemetry.

“Nos últimos meses, ouvimos atentamente os nossos clientes e continuámos o nosso ritmo acelerado de inovação tecnológica. O resultado é o Agentforce 3 — um grande avanço para a nossa plataforma”, afirmou Adam Evans, EVP e GM da Salesforce AI.

Mais produtividade, menos fricção

Baseado em milhares de implementações desde o lançamento inicial em outubro de 2024, o Agentforce já demonstrou impacto: reduziu em 15% o tempo médio de tratamento de casos no Engine, resolveu autonomamente 70% dos pedidos administrativos do 1-800Accountant durante o pico fiscal de 2025, e aumentou a retenção de assinantes do Grupo Globo em 22%.

Agora, com o Agentforce 3, a Salesforce reforça a arquitetura Atlas, otimizando latência, precisão, resiliência e compatibilidade com modelos de linguagem hospedados nativamente. Acresce o suporte ao Model Context Protocol (MCP), que garante interoperabilidade entre diferentes agentes de IA, uma exigência cada vez mais crítica nas infraestruturas empresariais complexas.

Controlo granular, em tempo real

O Agentforce Command Center destaca-se como peça central da nova proposta. É nele que reside a capacidade de:

  • Analisar interações e padrões de uso, com sugestões automáticas de melhoria baseadas em IA;
  • Acompanhar a “saúde” dos agentes em tempo real, incluindo métricas de latência, taxas de erro e escalonamento;
  • Mapear o impacto de cada agente, com dashboards que detalham adoção, feedback, sucesso, custos e desempenho temático;
  • Integrar-se com as ferramentas já existentes nas empresas, com uma camada de dados nativa na Salesforce Data Cloud que regista todas as atividades em formato extensível.

Tudo isto pensado para equipas híbridas, onde agentes humanos e digitais trabalham lado a lado. A integração começa no Service Cloud, mas a visão da Salesforce é que cada departamento venha a ter o seu próprio centro de comando, ajustado à natureza das suas operações e objetivos.

Outra inovação relevante é o Agentforce Studio, que permite construir agentes de IA com ferramentas assistidas por inteligência artificial. Através de linguagem natural, é possível gerar tópicos, instruções e casos de teste, enquanto o novo Testing Center simula o comportamento dos agentes em escala — assegurando robustez antes de entrarem em produção.

Com as empresas à procura de aumentar a produtividade sem comprometer o controlo, o Agentforce 3 posiciona-se como resposta pragmática. Ao combinar interoperabilidade, visibilidade e performance, a Salesforce não só responde às limitações atuais da adoção de agentes de IA como redefine o que significa escalar com confiança.

A promessa vai além da automação: trata-se de reconfigurar o próprio modelo de trabalho — com inteligência, transparência e um novo grau de responsabilidade partilhada entre humanos e máquinas.