
José Lopes, antigo diretor de neurologia do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada, foi condenado a 5 anos e meio de prisão pelos crimes de importunação sexual, abuso sexual de pessoa, e coação sexual. A sentença foi proferida esta terça-feira, no Tribunal de Ponta Delgada.
O médico, de 68 anos, foi considerado culpado pelos abusos cometidos em três ocasiões distintas: setembro de 2021, agosto de 2022 e setembro de 2023. Duas das vítimas eram pacientes sob os cuidados de Lopes.
O abuso só foi possível devido à confiança que o médico gerou através de sua posição profissional, o que lhe permitiu aproximar-se das vítimas em situações de vulnerabilidade.
Durante o julgamento, a juíza sublinhou que não houve demonstração de arrependimento por parte do réu, que não apresentou autocensura pelos crimes pelos quais foi acusado.
A investigação do caso foi conduzida pelo Ministério Público de Ponta Delgada, através do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) dos Açores, em colaboração com a Polícia Judiciária.
Além da pena de prisão, Lopes foi proibido de exercer a profissão médica por um período de 10 anos e terá de pagar uma indemnização total de 10 mil euros às três vítimas, com o montante sendo distribuido da seguinte forma: 2.500 euros para duas vítimas e 7.000 euros para outra.
José Lopes ainda pode recorrer da decisão em tribunal.
O caso, que foi inicialmente noticiado pela RTP Açores há dois anos, voltou a ser coberto pelo mesmo órgão de comunicação após o julgamento.
Este caso traz à tona questões de abuso de poder e confiança no ambiente médico, colocando em evidência a importância de medidas rigorosas de proteção e acompanhamento a vítimas em situações de vulnerabilidade.