A empresa Clearsprings Ready Homes, contratada pelo Ministério do Interior (correspondente ao da Administração Interna em Portugal) para gerir o alojamento e a manutenção dos refugiados na capital galesa, exige-lhes que usem permanentemente a pulseira para terem direito a receber três refeições por dia.

"Disseram-nos que se recusássemos usar [a pulseira] informariam o ministério", explicou ao diário Eric Ngalle, de 36 anos, acrescentando que, quando se negou a usar a identificação no pulso, deixaram de dar-lhe alimentos.

Ao caminhar pela rua, "alguns condutores veem as nossas pulseiras, começam a buzinar e gritam pela janela: 'voltem para o vosso país'. Há pessoas que nos dizem coisas terríveis", relatou Ngalle.

Esta semana surgiu também, no Reino Unido, a polémica à volta da cor vermelha com que se pintaram as portas das casas onde vivem requerentes de asilo em Middlesbrough, no nordeste de Inglaterra, uma medida que conduziu a diversos ataques racistas.

Os requerentes de asilo no Reino Unido não têm autorização de trabalho, nem têm direito a reclamar prestações sociais convencionais, recebendo apenas alojamento e alimentos.

A Clearsprings Ready Homes assinalou ao The Guardian que "aqueles clientes alojados com pensão completa recebem uma pulseira de cor, que não leva nenhum logotipo ou texto que identifique o seu uso".

"Aos clientes com pensão completa exige-se-lhes que mostrem as suas pulseiras para receberem comida no restaurante", indicou a empresa, que usa este sistema desde março de 2015.

RCS // ATR

Lusa/Fim