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Miguel Judas

Cinco dicas para caminhar (ou correr) na natureza de forma sustentável

2 May 2024 - 09:00
Poucas atividades físicas serão tão ecológicas como caminhar ou correr, de preferência em trilhos, no meio da natureza, mas mesmo aí há pequenos detalhes que podem fazer a diferença entre uma maior ou menor pegada – neste caso ambiental.

Ir para fora perto de casa

Por vezes não é necessário fazer dezenas ou centenas de quilómetros para ir caminhar até àquele miradouro ou baloiço tornado famoso nas redes sociais, até porque normalmente são bastante concorridos, o que significa uma maior pressão sobre o meio envolvente. Não faltam sites, como o natural.pt ou o percursospedestresportugal.com, que reúnem toda uma miríade de trilhos e percursos em Portugal, alguns deles, literalmente, ao virar da esquina – não só se poupa em emissões de carbono como na carteira.

Por vezes não é necessário fazer dezenas ou centenas de quilómetros para ir caminhar até àquele miradouro ou baloiço tornado famoso nas redes sociais.

Não sair dos trilhos e acampar apenas em locais permitidos

Os trilhos marcados e oficiais existem por diversas razões, não só para segurança de quem por lá passa, mas também para minorar o impacto na área circundante. Uma lógica que se aplica também para caminhadas mais longas, quando impliquem pernoitar no percurso, o que só deve ser feito em parques de campismo ou zonas devidamente preparadas para o efeito.

Os trilhos marcados e oficiais existem por diversas razões, não só para segurança de quem por lá passa, mas também para minorar o impacto na área circundante.

Não fazer fogueiras

Caminhadas e fogo são conceitos antagónicos, em especial num país como Portugal, onde os incêndios florestais são um verdadeiro flagelo. Em percursos longos, que impliquem refeições quentes, um pequeno fogão portátil a gás, facilmente transportável na mochila é mais que suficiente; Ou então escolha-se uma rota que inclua zonas de piquenique, equipadas com grelhadores. E caso seja necessário dormir ao relento, o frio também não serve de desculpa para acender uma fogueira, pois há sempre uma regra básica a ter em conta quando se caminha na natureza: “Não existe mau tempo, apenas más roupas”.

Em percursos longos, que impliquem refeições quentes, um pequeno fogão portátil a gás, facilmente transportável na mochila é mais que suficiente.

Escolher equipamentos duradouros

Sendo uma tendência cada vez mais em crescendo, as caminhadas e as corridas em trilhos tornaram-se um negócio muito rentável, o que dificulta bastante na hora de escolher o equipamento – até pelo preço. Para quem se está a iniciar nestas atividades pouco mais é necessário que a vontade de colocar um pé a seguir ao outro, mas quando se começa a avançar em quilómetros, é aconselhável um equipamento confortável e duradouro. Nesta fase, a compra de umas botas ou de uma mochila deve ser encarada como investimento a longo prazo, em que o custo é minorado pelo tempo de utilização. E são já cada vez mais as marcas que apostam na reparação, reutilização e durabilidade das peças.

A compra de umas botas ou de uma mochila deve ser encarada como investimento a longo prazo, em que o custo é minorado pelo tempo de utilização.

Não deixar lixo (mas mesmo nenhum)

E por falar em regras básicas, há uma que nunca devemos esquecer: tudo o que se leva para uma caminhada tem de se trazer de volta. Isto inclui também o chamado lixo orgânico, vulgarmente chamado de “biodegradável”, que, sendo-o de facto, pode introduzir espécies invasoras (sejam elas bactérias, parasitas ou plantas) no ecossistema em questão. O lema, já se sabe, é “não deixar mais do que pegadas e não tirar nada mais do que fotografias”.

Tudo o que se leva para uma caminhada tem de se trazer de volta.