A informação foi avançada hoje à agência Lusa por fonte governamental, na sequência da visita que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, realiza à empresa às 15:00, para participar na cerimónia que assinala um ano desde que a West Sea assumiu a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC.

De acordo com a mesma fonte governamental, a construção daqueles navios vai permitir a criação de mais 200 postos de trabalho, aos quais se juntam aos atuais 200 empregos.

A mesma fonte adiantou que a autorização para abertura das negociações conducentes à construção dos NPO será dada pelo Governo "na próxima quinta-feira, ou mais tardar na próxima semana", em conselho de ministros, sendo que "a West Sea é a única entidade nacional capacitada para a construção deste tipo de embarcação".

Os dois navios deverão estar concluídos em 2017, para serem entregues à Marinha em 2018.

A possibilidade de este contrato ser entregue à West Sea já tinha sido colocada em dezembro passado pelo ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco.

Durante uma cerimónia realizada nos estaleiros de Viana do Castelo para a assinatura do primeiro contrato de construção naval fechado pela subconcessionária dos ENVC, José Pedro Aguiar-Branco anunciou a intenção do Governo de avançar com a construção de dois NPO, no âmbito da nova Lei de Programação Militar.

Na ocasião manifestou esperança, "porque a isso obrigam as regras da concorrência", de que Viana do Castelo "reunisse as condições para fazer estas construções".

Já esta semana, o autarca de Viana do Castelo, o socialista José Maria Costa, apelou ao primeiro-ministro para que os navios sejam construídos nos estaleiros subconcessionados à West Sea, de forma "a ativar" a construção naval no concelho.

Na terça-feira passada, fonte da West Sea avançou à Lusa que, desde maio de 2014, quando a empresa assumiu a subconcessão dos ENVC, foram criados 200 postos de trabalho, 80% dos quais ocupados por antigos trabalhadores daquela empresa pública.

No último ano, segundo a mesma fonte, os estaleiros "têm funcionado em pleno" na área das reparações e reconversões de navios oriundos de todo o mundo.

Já na construção naval, a empresa tem em carteira dois navios-hotel, uma encomendada pela Douro Azul e uma outra por um armador australiano, ambas "em construção".

Os ENVC, empresa pública atualmente em fase de extinção, construíram dois Navios Patrulha Oceânicos (NPO) para a Marinha Portuguesa, num investimento de cerca de 120 milhões de euros.

Em causa estão o NRP (Navio da República Portuguesa) "Viana do Castelo", como foi batizado o primeiro da classe, entregue pelos ENVC em 2011.

O segundo navio, o "Figueira da Foz", deixou as docas dos ENVC em dezembro de 2013, em pleno processo de subconcessão e encerramento da empresa pública. Foi o último dos mais de 220 navios construídos pelos ENVC em 69 anos.

Estes navios integravam uma encomenda inicial de oito, que foi assumida em 2004 pelo Ministério da Defesa, mas entretanto revogada pelo atual Governo, para substituir a frota de corvetas da Marinha portuguesa, com 40 anos de serviço.

Com o encerramento dos ENVC, os projetos destes navios passaram para a tutela do ministério da Defesa, tutelado por Aguiar-Branco.

ABYC // ARA

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