"Só podemos estar chocados com o caminho do PS ao apresentar propostas que contrariam o acordo alcançado", respondeu Catarina Martins aos jornalistas, no parlamento, em Lisboa, à saída da sessão comemorativa do 25 de Abril.

A coordenadora do BE fez questão de lembrar que foi o primeiro-ministro, António Costa, que "deu conta no dia 04 de abril, em debate quinzenal, que tinha enviado proposta precisamente para o acordo com o Bloco de Esquerda".

"Confesso que é com choque que vemos que as propostas de especialidade que o PS apresenta não vão ao encontro desse acordo que o próprio Governo anunciou para proteger o Serviço Nacional de Saúde e mantêm a porta aberta para uma sangria de recursos para os grandes grupos privados", condenou.

O grupo Mello, presumiu Catarina Martins, "terá ficado contente com as propostas de especialidade apresentadas pelo PS, mas elas não vão seguramente ao encontro do trabalho" que "honrava e honra o legado de António Arnaut e de João Semedo".

O grupo parlamentar do PS propôs na quarta-feira que as Parcerias Público Privadas (PPP) na saúde, no futuro, passem a ter um caráter temporário "supletivo" em relação à gestão pública, requerendo uma explicação "devidamente fundamentada".

Na semana passada, o BE tinha apresentado como alterações à proposta da Lei de Bases da Saúde os pontos acordados com o Governo, como o fim das parcerias público-privadas e de taxas moderadoras nos cuidados primários e nos atos prescritos por profissionais.

Horas mais tarde, o Governo esclareceu que "não fechou qualquer acordo com um partido em particular" sobre a Lei de Bases da Saúde.

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