"Uma das ideias é reforçar a componente dos oceanos na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), aproveitar todas as oportunidades que isso lhe confere, e entrarmos num diálogo global", afirmou Francisco Ribeiro Telles, em entrevista à Lusa por telefone.

Neste contexto, faz sentido a eventual criação de uma nova estrutura dentro da CPLP, defendeu.

"A constituição de um centro de estudos marítimos da CPLP, que já foi uma vontade que os estados-membros manifestaram há uns anos" insere-se neste contexto de prioridade dada à política do mar.

O objetivo é que esse "centro de estudos possa vir a funcionar, de maneira a que haja uma articulação dos estados membros da CPLP em relação à política dos oceanos", para "virmos a ter uma só voz nos grandes fóruns internacionais", adiantou Ribeiro Telles.

Os oceanos são o terceiro objetivo de referência para Francisco Ribeiro Telles, que entra em funções no dia 01 de janeiro. Os outros dois são as pessoas - a mobilidade no espaço da organização -, e a cultura, dando ao Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), com sede em Cabo Verde, um papel mais importante na projeção da língua portuguesa.

"Os oceanos, que Cabo Verde escolheu como uma das referências do seu lema, são cada vez mais importantes. Sabemos da importância da economia do mar para o crescimento económico sustentável, para a segurança alimentar e para a criação de emprego. Isto ainda assume maior relevância numa organização que tem nove estados marítimos, e sabendo que alguns deles estão tentando expandir a sua plataforma continental", explicou Ribeiro Telles.

Além disso, sublinhou, "os oceanos vão estar na agenda das principais organizações internacionais. E a CPLP não pode ficar arredada dessa problemática e deve tentar, na medida do possível, também contribuir para o debate".

O centro de estudos marítimos da CPLP é, segundo o novo secretário executivo da CPLP, uma ideia aprovada há alguns anos pelos estados membros, que não avançou.

Caso o projeto avance durante o seu mandato de dois anos e o centro seja constituído, este vai precisar de meios financeiros. Neste campo - diz Ribeiro Teles - "temos que ser criativos".

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Lusa Fim