Trata-se de um "novo ataque à soberania da Ucrânia pela Rússia", considerou, num comunicado, a porta-voz de Federica Mogherini, a chefe da diplomacia europeia.

A posição da União Europeia segue a opinião manifestada anteriormente pela Alemanha e pela França, copatrocinadores do processo de paz na Ucrânia.

"Com a França, condenamos o decreto russo que deve facilitar a concessão da cidadania russa à população de uma parte do Leste da Ucrânia", disse o Ministério dos Assuntos Estrangeiros da Alemanha, num comunicado, destacando que "essas regiões fazem parte do território nacional ucraniano".

"É o oposto do que precisamos urgentemente para contribuir para a diminuição" do conflito, afirmou o Governo alemão, salientando que "o anúncio da Rússia está em contradição com o espírito e os objetivos dos acordos de Minsk", que pretendem contribuir para a paz no Leste da Ucrânia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, simplificou na quarta-feira o acesso da nacionalidade russa aos habitantes da região separatista da Ucrânia, uma medida denunciada por Kiev e pelo novo presidente, Volodymyr Zelensky, que pediu um reforço das sanções contra Moscovo.

Segundo este decreto, cuja entrada em vigor é "imediata", um processo simplificado permitirá receber um passaporte russo, "em três meses" após o pedido, aos habitantes das regiões ucranianas de Donetsk e de Lougansk, onde uma guerra entre os separatistas pró-russos e as forças ucranianas causou cerca de 13.000 mortos em cinco anos.

O decreto prevê que apenas estão abrangidos os habitantes "de certas partes" das duas regiões ucranianas, sem mais de detalhes, compreendendo as autoproclamadas Repúblicas de Donetsk (DNR) e Lugansk (LNR), regiões rebeldes pró-russas que fogem ao controle da Ucrânia.

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