O balanço de mortos é de 18 pessoas, 17 vítimas e o atacante.

As declarações de Sergei Aksyonov, líder regional da Crimeia, foram as últimas de uma série de explicações das autoridades russas sobre o que aconteceu exatamente no politécnico de Kerch, localizado próximo do Mar Negro.

As autoridades russas relataram inicialmente uma explosão de gás e, em seguida, disseram que um dispositivo não identificado explodira na cantina do politécnico durante a hora do almoço num suposto ataque terrorista.

Entretanto, testemunhas relataram que pelo menos algumas das vítimas tinham sido mortas por disparos de um homem armado.

Aksyonov disse a uma televisão russa que o estudante agiu sozinho no local e que se matou após o ataque.

O Comité de Investigação identificou o atacante como Vladislav Roslyakov, de 18 anos.

O mesmo órgão referiu que o atacante foi filmado a entrar no politécnico com uma espingarda e a disparar contra estudantes.

O Comité disse que todas as vítimas morreram de ferimentos de bala, contrastando com declarações anteriores de outros oficiais que disseram que os mortos tinham ferimentos resultantes de uma explosão.

Após o ataque, as autoridades locais declararam o estado de emergência na península do Mar Negro, que foi anexada pela Rússia em 2014 e que antes pertencia à Ucrânia.

Também reforçaram a segurança numa nova ponte (com 19 quilómetros) que liga a península à Rússia.

Unidades militares foram deslocadas para a área do politécnico.

Mais cedo, o Comité de Investigação da Rússia, a principal agência investigadora do país, disse que um dispositivo não identificado havia explodido na cantina da faculdade e que havia muitos estilhaços.

Não ficou imediatamente claro se o suposto agressor detonou o dispositivo explosivo.

Sergei Melikov, vice-chefe da Guarda Nacional Russa, disse que o dispositivo explosivo era caseiro.

Especialistas em explosivos estavam a inspecionar o prédio da faculdade para procurar outras possíveis bombas, de acordo com o porta-voz do Comité Antiterrorismo, Andrei Przhezdomsky.

Dmitry Peskov, porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje de manhã aos jornalistas que as autoridades estavam a investigar um possível ataque terrorista.

Peskov disse que Putin instruiu investigadores e agências de informação a conduzirem uma investigação completa e enviou condolências às famílias das vítimas.

As testemunhas ouvidas pelos media não falaram de uma explosão, mas disseram que um ou mais homens armados atacaram a faculdade.

O jornal Komsomolskaya Pravda citou o estudante Semyon Gavrilov, que disse que adormeceu durante uma palestra e acordou ao som do tiroteio.

Gavrilov disse que viu um jovem com uma espingarda a disparar contra as pessoas.

"Tranquei a porta, esperando que não me ouvisse", disse Gavrilov ao jornal.

O jovem declarou que a polícia chegou cerca de 10 minutos depois para retirar as pessoas do politécnico.

Outro estudante, Yuri Kerpek, disse à agência de notícias estatal RIA Novosti que o tiroteio durou cerca de 15 minutos.

A anexação da Crimeia pela Rússia desencadeou sanções dos países ocidentais.

A Rússia também apoia os separatistas que combatem o Governo ucraniano no leste da Ucrânia, um conflito que deixou pelo menos 10 mil mortos desde 2014.

Nos últimos anos, as agências de segurança russas prenderam vários ucranianos acusados de tramar ataques terroristas na Crimeia, mas nenhum ataque tinha sido concretizado.

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Lusa/fim