"O Grupo de Trabalho Interinstitucional de Defesa da Cidadania foi lançado (...) na quarta-feira, em solenidade marcada pelo repúdio de autoridades e cidadãos a violências cometidas por polícias e militares em atividades de policiamento", declarou o MP na sua página da internet.

O coordenador do grupo de trabalho, o procurador regional da República da 2ª Região, Marcelo Freire, afirmou, segundo a agência Brasil, que a equipa terá reuniões quinzenais para a discussão dos temas a abordar, que poderão resultar em propostas para as áreas dos direitos humanos e da segurança pública.

"Os temas estarão em constante evolução, de acordo com o que acontece na sociedade e com o que é trazido pelas instituições e pela própria sociedade. (...) Esta é uma experiência inédita no âmbito de segurança pública e de Justiça e o processo é tão importante quanto o resultado", frisou Marcelo Freire.

Na apresentação do grupo de trabalho foram apresentadas três notas técnicas aprovadas pelos membros da equipa, que tratam de assuntos como a atuação policial, o auxílio-reclusão e o porte de armas para agentes de unidades socioeducativas.

"Vivemos um tempo em que defender a Constituição e direitos humanos soa subversivo. Cada um aqui tem a obsessão de construir a justiça no quotidiano. É o que nos junta", disse o subprocurador-geral da República brasileira Domingos Silveira, citado na página da internet do MP.

Domingos Silveira lamentou ainda o aumento de 18% das mortes por agentes da polícia no Brasil no ano passado e destacou que a média do estado do Rio de Janeiro (cerca de nove mortes por cada 100 mil habitantes) é o triplo da média nacional.

"O caso do Rio de Janeiro é número de guerra. São números macabros e pornográficos que não são compatíveis com o Estado Democrático de Direito", sublinhou.

MYMM // JMC

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