Além de Cabo Verde, o Kriol Jazz Festival (KJF), que este ano acontece nos dias 06, 11, 12 e 13 de abril, na capital cabo-verdiana, terá atuações de músicos e grupos de Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Portugal e Moçambique. São também esperados músicos de Cuba, Estados Unidos e da ilha de Reunião.

Na primeira noite do festival, que é denominada de Zona Kriol, de entrada gratuita - e que este ano será no bairro de Vila Nova -, haverá atuações do grupo Azagua, Trakinuz e Bulimundo (Cabo Verde) e Rincon Sapiência (Brasil).

A segunda noite, que coincide com o encerramento do Atlantic Music Expo (AME) e em que a entrada continua a ser grátis, sobem ao palco montado na Pracinha da Escola Grande, no centro histórico da Praia (Plateau), Cuca Roseta (Portugal) e Mário Lúcio e Simentera (Cabo Verde).

A primeira noite paga será no dia 12 de abril, que vai arrancar com a música do brasileiro Zeca Pagodinho, seguido do cabo-verdiano Tito Paris.

Segue-se depois uma "criação" do Kriol Jaz, denominada de "D'Alma Lusa", que vai reunir no mesmo palco Anabela Aya (Angola), Karyna Gomes (Guiné-Bissau), Roberta Campos (Brasil), Mirri Lobo (Cabo Verde), Otis (Moçambique) e Cuca Roseta (Portugal).

Na última noite, também paga, vão cantar ainda as cabo-verdianas Elida Almeida e Mayra Andrade.

"É o primeiro ano que o cartaz está tão lusófono. Não foi feito de propósito, mas conforme os artistas foram entrando", afirmou José 'Djô' da Silva, produtor e dono da Harmonia, produtora cabo-verdiana que organiza o evento em parceria com a Câmara Municipal da Praia (CMP).

O produtor considerou que a presença de muitos artistas lusófonos foi um "bom acaso", tendo em conta que acontece no momento em que Cabo Verde tem a presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

No entender do vereador da Cultura da CMP, António Lopes da Silva, o cartaz proporcionou um "casamento interessante" com nomes "muito fortes" da cultura lusófona, esperando, por isso, um "bom festival".

Haverá ainda atuações de El Comité (Cuba), Tiloun (Reunião), Lucky Peterson e Stanley Clarke (Estados Unidos).

Através de uma parceria com a Câmara Municipal de São Vicente, o músico brasileiro Zeca Pagodinho vai atuar nessa ilha, no dia 14 de abril, numa "descentralização" do Kriol Jazz que acontece pela terceira vez.

Uma das ambições da organização é levar o festival ao estrangeiro, tendo 'Djô' da Silva garantido que há "negociações avançadas" com a ilha de Reunião, que deverá acolher o evento em setembro.

"Mas não é fácil, porque há sempre um problema financeiro. Temos de encontrar um parceiro no país capaz de ir buscar patrocinadores", salientou, indicando que "há possibilidades" de realizar o festival em Portugal.

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, vai assistir ao KJF e o vereador da Cultura praiense disse esperar que "ganha coragem" para levar o festival para o concelho.

Orçado em 29 milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 263 mil euros), este ano o festival vai homenagear os compositores cabo-verdianos Pedro Rodrigues e Daniel Rendall.

O KJF já é uma marca e um mercado internacional, classificado entre os 25 melhores festivais do mundo pela revista inglesa Songlines.

O evento tem por objetivo promover a música de inspiração crioula originária de todas as ilhas, onde os artistas cabo-verdianos partilham o palco com grandes nomes de África, Europa, Américas e Caraíbas.

A realização do Kriol Jazz acontece, no calendário, na sequência da AME, feira internacional que se realiza de 08 a 11 de abril, na Cidade da Praia, e reúne centenas de participantes, de artistas, músicos e produtores, a empresários, jornalistas, diretores de festivais e agentes, para mostrarem os seus trabalhos e refletirem sobre o mercado da música.

RYPE // MAG

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