"Tal como é o desejo de muitos moçambicanos, também nós aguardamos com expectativa a assinatura de um acordo de paz até abril, que crie as condições necessárias para a paz definitiva em Moçambique", referiu, em comunicado.

O comunicado surge na sequência de um encontro, na quinta-feira, entre o Grupo Técnico Conjunto para a desmilitarização, desarmamento e reintegração (DDR) dos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o brigadeiro general Javier Perez Aquino, na cidade da Beira.

Aquele grupo técnico conjunto, sediado na capital da província de Sofala, reúne peritos militares indicados pelas partes (Renamo e Governo), enquanto Javier Perez Aquino lidera um grupo de peritos militares internacionais.

O encontro "é um sinal claro de que as equipas encarregadas de trabalhar na implementação do memorando de entendimento se encontram agora a discutir os aspetos técnicos do processo de DDR".

"Embora seja da responsabilidade de ambas as partes assegurar que as atividades detalhadas no memorando são implementadas em paralelo, o grupo de contacto reafirma a sua disponibilidade para, se necessário, prestar apoio", conclui.

A presidência moçambicana anunciou na sexta-feira que, na sequência do encontro realizado na cidade da Beira, o grupo técnico conjunto vai passar a realizar encontros semanais para efetivar o processo.

"O grupo acordou a realização de encontros numa regularidade semanal para a preparação de documentos e aspetos logísticos que são necessários para a efetivação do processo de DDR", refere-se em comunicado.

O arranque do programa de DDR foi anunciado pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, no dia 06 de outubro.

O ato marcou a chegada de nove peritos militares internacionais liderados pelo argentino Javier Antonio Pérez Aquino, 58 anos, cuja mais recente missão consistiu em supervisionar, para as Nações Unidas, o desarmamento de guerrilheiros na Colômbia.

O processo de DDR abrange um número ainda não divulgado de guerrilheiros e é a segunda parte de uma negociação definitiva para a paz que o Presidente moçambicano encetou no último ano com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, após o cessar-fogo decretado por este em dezembro de 2016.

A primeira parte levou a um acordo sobre a descentralização do poder, consumada em maio de 2018 com alterações à Constituição e consequente adaptação das leis eleitorais para o escrutínio de outubro deste ano.

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