O anúncio foi feito pelo ministro de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, através do canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV).

O envio decorrerá a 22 e 23 de fevereiro, dia em que haverá também uma jornada de cuidados médicos gratuitos, na fronteira colombo-venezuelana e em que Caracas, e se realizará o concerto pela paz, "Mãos fora da Venezuela", na ponte internacional Simón Bolívar que une as localidades de Táchira (Venezuela) a Cúcuta (Colômbia.

"Vamos levar às irmãs e aos irmãos de Cúcuta mais de 20 mil caixas Clap (alimentos subsidiados) para ajudar numa situação de extrema dificuldade que vivem meninos e meninas", disse.

Jorge Rodríguez precisou ainda que a jornada médica contará com a participação de pediatras, cirurgiões, dentistas, médicos de clínica geral, obstetras e gastrenterologistas, entre outros.

Por outro lado, explicou que a realização do concerto partiu de uma proposta que o Governo do Presidente Nicolás Maduro e acolheu "uma grande quantidade de artistas venezuelanos, que solicitaram fazer um encontro cultural, um grande concerto pela paz, pela vida".

No concerto, disse, participarão também artistas internacionais convidados.

O anúncio do Governo venezuelano tem lugar depois de, na semana passada, o empresário britânico Richard Branson, anunciar que a 22 de janeiro, terá lugar o concerto "Venezuela Aid Live", em Tienditas (a escassos 9 quilómetros de distância).

Com este concerto a oposição venezuelana espera recolher 100 milhões de dólares para fins de ajuda humanitária.

Entre os artistas convidados para o "Venezuela Aid Live" estão Luís Fonsi, Juanes, Ricardo Montaner, Juan Luis Guerra, Fonseca e Alejandro Sanz.

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, já reagiu ao anúncio e acusou o Governo venezuelano de estar a "troçar" dos venezuelanos.

"Há que estar muito distanciado da realidade para troçar dessa maneira dos venezuelanos, (para) troçar da necessidade do povo da Venezuela", disse.

Juan Guaidó falava em Caracas, durante uma conferência de imprensa que assinalou o 5º aniversário da detenção de Leopoldo López, líder do partido opositor Vontade Popular (centro-esquerda).

"Há que ser muito cínico para que a solução que deram (desde o Governo) à ajuda humanitária é dizer que vão levar comida a Cúcuta e que vão fazer um concerto na Venezuela", disse o também presidente do parlamento venezuelano.

A oposição espera que o Governo venezuelano permita, até 23 de janeiro, a entrada no país de dezenas de toneladas de ajuda humanitária que se encontra em Cúcuta.

Até agora o Presidente Nicolás Maduro tem negado a existência de uma crise humanitária no país.

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