"Recebemos informação de inteligência (serviços secretos) que apontava para atividades estranhas nos países de El Salvador, Guatemala e Honduras", disse o ministro venezuelano da Comunicação, durante uma conferência de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.

Segundo Jorge Rodríguez as autoridades de Caracas "estão a ponto de capturar" um grupo de quase 60 "paramilitares centro-americanos, que planeavam operações terroristas na Venezuela, seguindo instruções da oposição venezuelana e do Governo dos Estados Unidos".

Por outro lado, explicou que este grupo de quase 60 pessoas foi recrutado usando "grandes quantidades de dinheiro" e foram treinados por um indivíduo conhecido como "El Agricultor", que já teria conseguido fazer entrar na Venezuela pelo menos a metade destes paramilitares.

"As conversas encontradas no telefone de Roberto Marrero (o chefe do gabinete de Juan Guaidó que foi detido na quinta-feira), evidenciam que conspira com Guaidó para gerir o financiamento de atos terroristas", disse.

Segundo o ministro, o banco venezuelano Banesco Panamá teria sido a instituição escolhida como destinatária desses fundos.

"O modus operandi é roubar o dinheiro da República e neste caso seria Guaidó a autorizar as operações", disse Jorge Rodríguez, adiantando que os atos terroristas seriam "ataques seletivos contra pessoas e instituições, ações de rua e sabotagens no sistema elétrico e no Metropolitano de Caracas".

Jorge Rodríguez mostrou imagens de um alegado "chat" entre os líderes opositores Juan Guaidó, Leopoldo López, Juan Andrés Mejía, Carlos Vechio e Freddy Guevara, do partido Vontade Popular (centro-esquerda) sobre os atentados que estavam a ser alegadamente preparados com a intermediação de Roberto Marrero como negociador.

Roberto Marrero, advogado de profissão, foi detido na madrugada de quinta-feira na sua casa por cerca de 50 membros dos serviços secretos venezuelanos (SEBIN).

A detenção foi denunciada por Juan Guaidó, que se referiu ao acontecimento como uma violação da imunidade parlamentar e um "sequestro".

Entretanto, o Governo venezuelano acusou Roberto Marrero, de dirigir uma célula terrorista que pretendia desestabilizar o país.

Fontes não oficiais dão conta de que deverá ser acusado na segunda-feira dos delitos de traição à pátria, conspiração e usurpação de funções.

Vários países e organismos internacionais já questionaram a detenção do chefe de gabinete de Guaidó, entre eles os Estados Unidos, que exigem a imediata libertação.

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