"Escutei as preocupações dos 'coletes amarelos' e dei uma resposta" às suas exigências, disse o chefe de Estado francês no final da cimeira europeia, reiterando a promessa de acelerar o alívio dos impostos.

Mas, acrescentou, "o diálogo não se faz com a ocupação do espaço público e com a violência" que marcaram os protestos dos últimos quatro sábados, sobretudo no centro de Paris.

"Não penso que a nossa democracia possa aceitar [isso]", defendeu Macron.

Prevendo o quinto fim de semana consecutivo de protestos violentos, o chefe da polícia de Paris declarou hoje que veículos blindados e milhares de efetivos serão mais uma vez destacados para a capital francesa este sábado.

A chanceler alemã, Angela Merkel, expressou hoje o seu apoio ao Presidente francês, após as medidas por este anunciadas para travar a crise dos "coletes amarelos".

Inquirida no final da cimeira europeia de Bruxelas sobre os anúncios feitos por Macron para amainar a contestação social, Merkel disse: "Ele fez algumas propostas, sobre as quais refletiu bastante, para responder às queixas das pessoas".

A governante alemã declarou-se também "convencida" de que Macron "vai prosseguir o seu programa de reformas", porque essa agenda é "positiva para a França e, particularmente, para a redução do desemprego dos jovens".

A série de medidas de emergência anunciadas na segunda-feira pelo chefe de Estado francês custarão 10 mil milhões de euros à França e poderão fazer o défice público ultrapassar subitamente o limite europeu de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), apesar dos compromissos assumidos por Paris.

A Alemanha da chanceler Angela Merkel, tradicionalmente muito rígida em relação ao respeito das normas na União Europeia, nem sempre deu no passado provas de discrição, mas, nos últimos tempos, mostrou mais tendência para deixar a Comissão Europeia recordar as regras orçamentais aos maus alunos, abstendo-se de os criticar abertamente.

A propósito do movimento dos "coletes amarelos", Merkel sustentou que "o direito à manifestação faz parte da democracia", embora acrescentando: "Mas isso significa igualmente que a violência não deve ser utilizada".

ANC // PVJ

Lusa/Fim