Na base desse mandado de captura está um ataque ao quartel da Guardia Civil, em 1987, que provocou 11 mortos, e sobre o qual os advogados de "Josu Ternera" disseram que ainda não foi notificado.

Fontes judiciais, citadas pela agência espanhola Efe, acrescentaram que a notificação deverá chegar num prazo máximo de 48 horas e, depois, o líder da ETA comparecerá perante a sala de instrução do Tribunal de Recursos de Paris, que vai decidir se fica livre ou regressa à prisão.

No início da tarde de hoje, o mesmo tribunal havia decretado a libertação imediata de "Josu Ternera", ficando este sob controlo judicial, tendo que entregar o passaporte, marcar presença, uma vez por semana, numa esquadra de Paris e não podia sair de França.

De acordo com os meios de comunicação espanhóis, Josu Ternera tem cancro e foi detido no dia 16 de maio, depois de 16 anos em fuga, no parque de estacionamento de um hospital francês onde estaria a ser tratado, tendo sido transferido para a prisão de La Santé, em Paris.

"Josu Ternera" foi condenado duas vezes à revelia em França enquanto estava na clandestinidade, uma a oito anos de prisão e a outra a sete, tendo recorrido dos dois casos, cujas sessões ainda não começaram.

José Antonio Urrutikoetxea Bengoetxea foi o chefe da ETA (Euskadi Ta Askatasuna, Pátria Basca e Liberdade) de 1977 a 1992, inspirando uma estratégia de atentados mortíferos, tendo sido também o promotor das negociações de paz com o Estado espanhol, antes de ser demitido da direção do grupo, em 2006.

Foi preso pela primeira vez em França, em 1989, com uma granada na mão e documentos falsos, condenado a 10 anos de prisão e depois expulso para Espanha, após a libertação.

Eleito em 1998 para o Parlamento Autónomo Basco, foi nomeado em 1999 como um dos três negociadores da ETA para o processo de paz, que acabou por ser abortado.

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