Este número está abaixo dos 800.000 registados em 2017 e é muito menor do que a hecatombe registada no pico da epidemia, em 2004 (1,7 milhões), segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) dedicada à luta contra a epidemia.

Além disso, mais de três em cada cinco pessoas seropositivas - 23,3 milhões dos 37,9 - estão sob terapia antirretroviral, o que significa que não podem mais transmitir o vírus da sida se as terapias forem acompanhadas corretamente. Essa é a proporção mais alta de sempre e é cerca de 10 vezes maior do que em meados dos anos 2000.

O número de novas infeções estabilizou relativamente aos anos anteriores (1,7 milhões).

Esses números globais escondem, no entanto, fortes disparidades regionais, sublinha o documento do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/Sida (ONUSIDA), para quem a luta contra a doença não está a progredir como deveria.

Globalmente, o declínio no número de mortes e melhor acesso ao tratamento pode ser explicado pelo progresso significativo feito na África do Sul e Oriental, a região historicamente mais afetada pela sida. É aqui que vive mais da metade da população mundial afetada pelo vírus.

Contudo, o relatório lembra que alguns indicadores são preocupantes em certas zonas do mundo.

Por exemplo, na Europa de Leste e na Ásia Central, o número de novas infeções aumentou 29% desde 2010. De igual modo, o número de mortes por sida aumentou em 5% nestas regiões e 9% no Oriente Médio e Norte da África nos últimos oito anos.

Segundo o documento, os responsáveis do ONUSIDA estão também preocupados com a queda no financiamento.

Em 2018, 19 mil milhões foram gastos em programas de controlo de doenças em países de baixa e médio rendimento. Este valor representa mil milhões menos do que em 2017 e sete mil milhões menos do que o necessário para 2020 (26,2).

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Lusa/fim