O reconhecimento foi transmitido hoje pelo vice-Presidente da República de Angola, Bornito de Sousa, ao discursar, na instituição, em representação do chefe de Estado, João Lourenço, a qual foi formalmente criada a 22 de fevereiro de 1919 e renomeada já após a independência do país como Magistério Mutu-Ya-Kevela.

Bornito de Sousa, que assistiu ainda à cerimónia de descerramento da placa comemorativa em homenagem da associação dos antigos alunos pelo centenário da escola (1919-2019), recordou que o ex-Liceu Nacional formou quadros de grande qualidade científica e intelectual.

"Das carteiras desta augusta Escola saíram o primeiro e o segundo presidentes da Angola independente [Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos], bem como o terceiro vice-presidente, além de um amplo leque de jovens que lutou pela independência do país", disse.

O agora Magistério Mutu-Ya-Kevela foi inaugurado pelo Presidente angolano, João Lourenço, a 24 de março de 2018, após obras de reabilitação do edifício que preservaram o desenho arquitetónico original do período colonial português e que custaram 24 milhões de dólares (21,1 milhões de euros).

Hoje, o edifício emblemático concebido pelo arquiteto José Costa e Silva recebeu a placa indicativa da sua classificação como Património Histórico-Cultural Nacional, classificado pelo despacho da secretaria de Estado da Cultura de 08 de julho de 1992.

Para o vice-Presidente de Angola, a placa indicativa de classificação do ex-Liceu Nacional Salvador Correia como Património Histórico-Cultural Nacional constitui um "marco que deve igualmente laurear todos quantos estiveram envolvidos na sua restauração".

O governante, que não quis de entrar no detalhe dos vários escritos sobre pormenores de vida e experiências dos antigos estudantes daquele Liceu, rendeu igualmente homenagem aos "ilustres professores e aos funcionários do Liceu".

"Sem esquecer o incontornável 'Contínuo Videira', que forjou as vidas de milhares de jovens que acabaram colocando os seus tijolos nos alicerces de Angola e não só", apontou.

Defendeu a edição de um livro que "ilustre e atualize a história e a arquitetura de tão ilustre bem material e imaterial da cidade, de Angola e da humanidade", que é o Liceu Nacional Salvador Correia, hoje, Magistério Mutu-ya-Kevela.

"Como centro de excelência de formação e reciclagem de professores, com o objetivo de os valorizar, melhorando a qualidade, as competências e o desempenho", sustentou.

No entender do governante, para que o antigo liceu continue a ser um "viveiro da ciência, do conhecimento e um centro de excelência", é necessário "saldar um débito do passado e capitalizar elementos para um futuro brilhante e auspicioso".

Para assinalar o centenário, uma exposição fotográfica sobre o Património Arquitetónico e Lugares de Memória está patente na instituição e foi visitada pelo vice-Presidente angolano e outros membros do Governo.

DYAS // PVJ

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