"Quem poderia imaginar há um ano que um dia estaríamos em Nangarhar a agradecer ao todo-poderoso por ter derrotado o Estado Islâmico?", questionou Ghani durante a sua visita aquela província.

"Hoje (o EI) foi derrotado", assinalou o Presidente afegão que felicitou as forças de segurança e os habitantes da província por essa tarefa.

Ghani salientou que a libertação do território não teria sido possível sem a participação dos habitantes que se uniram às forças de segurança afegãs para a derrota dos 'jihadistas' em Nangarhar.

Doravante "estarão equipados e receberão mais apoio", indicou Ghani ao líder dos grupos locais que formaram as milícias para combater o grupo extremista Estado Islâmico, que se estabeleceu no país em 2015 e continua presente em outras províncias como a vizinha Kunar.

As forças de segurança intensificaram as suas operações terrestres e aéreas contra o EI nos últimos três anos e gradualmente declararam a libertação de distritos e aldeias remotas em ofensivas nas quais o grupo 'jihadista' perdeu centenas de combatentes.

Em comunicado, o gabinete do governador de Nangarhar explicou que "na destruição da 'coluna vertebral' do EI", 243 combatentes, e 625 mulheres e crianças entregaram-se como resultado das operações militares.

Neste grupo há combatentes do Paquistão, Irão, Tajiquistão, Azerbaijão, Cazaquistão, Maldivas e Uzbequistão, indicou o gabinete do Governo local sem mais detalhes.

O Presidente do Afeganistão adiantou que o seu Governo manterá conversações com os países dos combatentes que se entregaram para esclarecer o seu futuro e, enquanto se decide qual será o seu destino, cobrirá as necessidades das famílias.

"Os seus filhos e mulheres serão tratados de acordo com a cultura e tradição afegãs", afirmou Ghani.

O Presidente comprometeu-se a continuar as operações em Nangarhar, desta vez contra os talibãs, que controlam várias aldeias da província.

"A eliminação do EI não significa que deixaremos o terreno para os talibãs", assegurou Ghani.

O grupo extremista Estado Islâmico manteve uma presença ativa em pelo menos dez distritos da província desde 2015, em particular nas áreas localizadas ao longo da fronteira com o Paquistão.

O EI esteve envolvido nos ataques suicidas mais letais de Nangarhar nos últimos quatro anos, a maioria deles contra civis.

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