A 20.ª edição do Ageas CoolJazz 2024 decorrerá de 9 a 31 de julho, no Hipódromo Manuel Possolo, em Cascais. Dividido por sete noites diferentes, o festival é repleto de uma oferta musical variada, que vai do jazz ao blues, soul, R&B e música portuguesa, procurando abranger um público dos 25 aos 70 anos.

“Nos últimos 15 anos assistimos a uma evolução da música portuguesa para um nível e para uma qualidade muito grande. Saímos daquele registo em Portugal de que a música portuguesa é só o fado”, declarou ao NOVO Karla Campos, criadora, mentora e promotora do Ageas CoolJazz, que considera ser “o festival com maior dimensão em termos de jazz que existe em Portugal”.

A executiva explicou que a vontade de criar o festival, cuja primeira edição ganhou vida em 2004, adveio do seu envolvimento pessoal com a música e por ter estado sempre ligada profissionalmente à organização de eventos, comunicação e marketing.

“Comecei a aperceber-me que no mercado da música portuguesa também havia jazz, hip hop, soul, R&B bom… essa mistura, que faz sentido estar neste festival. Então, se temos no mercado português tão boa música nesses vários estilos, e se o festival do Ageas CoolJazz tem esta particularidade de andar nestes estilos de música, então por que não fazer aqui um casamento?”, questiona. “Tem-se feito uma composição de curadoria e de programação musical muito interessante, de tal modo que há uma noite toda portuguesa, são todos artistas portugueses”, complementa, referindo-se ao dia em que subirão a palco MARO e Dino D’Santiago.

Além disso, o evento terá também uma noite mais “jovem” e “alternativa” dedicada às artistas brasileiras Marina Sena e Luedji Luna. Fat Freddy’s Drop, Expresso Transatlântico, Jamie Cullum e Inês Marques Lucas já estão igualmente confirmados.

Campos defende que os artistas devem ter responsabilidade social e, através da sua popularidade, transmitirem e praticarem ativismo social, chamando a atenção a uma série de assuntos relativamente aos quais a sociedade “não está atenta”: “Eles, no fundo, não são só cantores, mas também são porta vozes de opiniões, de ideais”, completa.

“É muito importante o festival também ter essa responsabilidade social de receber os artistas, não só pelo seu talento e porque fazem vender bilhetes, mas porque também têm uma posição de responsabilidade social”, sublinha ao NOVO.

O Ageas CoolJazz já passou por várias câmaras municipais e agora concentra-se unicamente em Cascais, tirando partido de um anfiteatro natural e da beleza da cidade.

Karla Campos destaca a vontade de oferecer uma experiência confortável aos visitantes, uma vez que os bilhetes podem incluir lugares marcados, e vão desde plateia em pé a camarotes, tendo em vista uma “democratização do bilhete”.  “O objetivo é exatamente mostrar uma outra forma de vir assistir a espetáculos de música ao vivo, de artistas que normalmente não iriam a outros festivais que também existem no verão, e ter o conforto e a vantagem de ter poder escolher a sua cadeira, o seu lugar, e confortavelmente e com espaço assistir aos concertos”, declara.

Esse “conforto” seria extensível aos artistas: “Não há uma mistura de vários palcos ou nem uma disputa de cabeças de cartaz, porque cada um tem o seu momento, tem a sua atuação. Não são interrompidos por barulhos de outros palcos ao redor”, realça. “Há um respeito pelo artista, pela sua atuação. Há um respeito pelo espectador, que vê os espetáculos do princípio ao fim”.

Em 2024, o festival celebra os seus 20 anos. “É um grande orgulho chegar aos 20 anos do Ageas Cool Jazz. Conseguir, ano após ano, juntar todas as peças e todos os intervenientes, e repetir-se no ano a seguir, é uma capacidade em primeiro lugar minha, pela resiliência e pela persistência, de fazer com que isso aconteça. E a vontade dos artistas de quererem vir também ao festival, o espaço onde o festival decorre todos os anos, todos os parceiros… É muito importante.”

Relativamente ao colaborador com o qual o evento partilha o nome, Karla Campos refere: “os princípios do grupo Ageas Portugal são muito similares aos princípios do festival, pelo lado da sustentabilidade, do lado social, do lado económico e do lado ambiental que o festival desde sempre se preocupou muito, e que tem várias ações que provam isso.” A produção fica a cargo da Live Experiences. “A música é feita por pessoas (…) e é uma grande entrega de todos, de forma que isto consiga, ao fim destes 20 anos, estar aqui de pé e com tanto vigor.”

Em parceria com a Smooth FM, o festival promove ainda um concurso de talentos intitulado “Ageas CoolJazz by Smooth FM 2024″, cujos três vencedores integrarão a programação do evento. O cartaz será revelado integralmente esta quinta-feira, 9 de maio.

Além disso, a programação inclui os “Cascais Lazy Sundays”, sessões gratuitas de música nos jardins da Casa das Histórias Paula Rego, nos domingos de julho, onde “personalidades do universo da música”  tornam-se DJs durante os fins de tarde.

“É uma programação em cheio para o mês de julho, é esse o nosso objetivo”, conclui.

Editado por Bruno Pires