Reguladores deixam o alerta: Investimentos em criptomoedas são “altamente especulativos”

A organização internacional dos reguladores dos mercados alerta para os riscos das criptomoedas. São "altamente especulativas" e os investidores põem "em risco a totalidade do capital investido".

“Investimentos altamente especulativos.” É assim que são vistas as operações de ICO pela entidade internacional que junta os reguladores dos mercados financeiros de vários países do mundo. Uma ICO é uma oferta pública inicial de moeda (initial coin offering), através da qual uma empresa angaria novo capital para um projeto, criando, como consequência, uma nova moeda virtual, transacionada num mercado totalmente desregulado.

“Há riscos claros associados a estas ofertas. As ICO são investimentos altamente especulativos nos quais os investidores estão a pôr em risco a totalidade do capital investido”, indica num comunicado a Organização Internacional das Comissões de Valores (IOSCO), da qual a CMVM portuguesa também faz parte. A entidade avança que reuniu em outubro e estas novas operações financeiras levantaram preocupação no seio da organização.

Numa ICO, os primeiros tokens de uma nova moeda virtual são vendidos aos investidores interessados. Normalmente, antes da operação, é mesmo feita uma pré-venda a um grupo restrito de investidores. No momento em que esses tokens começam a ser transacionados numa corretora, o seu valor fica sujeito às leis da oferta e da procura.

Há riscos claros associados a estas ofertas. As ICO são investimentos altamente especulativos nos quais os investidores estão a pôr em risco a totalidade do capital investido.

Organização Internacional das Comissões de Valores

Em comunicado

Organização vê “oportunidades legítimas” em algumas ICO. Mas não todas

Enquanto alguns dos investidores apostam nestas novas moedas por acreditarem na missão do projeto, a maioria costuma entrar nestas operações com a intenção de se desfazer destes tokens e arrecadar as mais-valias com a subida do seu valor. Por norma, as moedas também podem ser usadas para adquirir produtos ou serviços desenvolvidos pela empresa emitente. Ou seja, normalmente há uma utilidade associada, algo que é reconhecido pela organização de reguladores. Mas não é sempre assim.

“Enquanto alguns operadores providenciam oportunidades legítimas para financiar projetos e negócios, o aumento da segmentação das ICO para os investidores do retalho através de canais de distribuição online por pessoas muitas vezes localizadas fora da jurisdição do investidor — que podem não estar sujeitas a regulação ou podem operar ilegalmente em violação das leis existentes — aumenta as preocupações quanto à proteção dos investidores”, escreve a entidade, num comunicado emitido a partir de Madrid (Espanha).

Explica ainda a organização que “estas ofertas não são padronizadas”, e que “o seu estatuto legal e regulatório provavelmente depende das circunstâncias da ICO específica”. A Organização Internacional das Comissões de Valores junta-se assim às diversas autoridades que já vieram alertar para os riscos destas operações. A par dos investimentos de capital de risco, as ICO têm ganhado muita popularidade nos últimos anos, aproveitando a ascensão estratosférica de moedas virtuais como a bitcoin e o ethereum.

As pressões regulatórias na China e Coreia do Sul foram, de resto, um dos fatores a pesar na significativa pressão vendedora que provocou a “terça-feira negra” desta semana, em que as divisas desvalorizaram centenas de milhares de milhões de dólares. Esta quarta-feira, a tendência de queda continuou mas, esta quinta-feira, as moedas voltaram a subir, com valorizações que chegaram aos 40%.

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