PSD quer ver estudo que levou a Caixa a escolher balcões que vão fechar

  • Rita Atalaia
  • 17 Junho 2018

Os deputados do PSD querem perceber quais foram os critérios usados pelo banco liderado por Paulo Macedo que estiveram na base da escolha dos 70 balcões a encerrar este ano.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai avançar com mais uma vaga de encerramento de balcões. Se no ano passado foram 64, este ano são 70. O banco não revela a lista das agências, mas já se conhecem pelo menos 25 que vão ser afetadas. Já há manifestações populares, mas também muitos deputados a questionarem o porquê de fechar em determinadas localidades. O PSD vai mais longe. Num requerimento enviado ao Ministério das Finanças, o partido quer conhecer o estudo feito pelo banco estatal que explica os critérios que ditam as agências a fechar.

“Nem se conhecem os respetivos fundamentos, nem sequer a listagem completa das agências do banco público que irão encerrar”, afirmam os deputados do PSD no pedido enviado na sexta-feira ao ministro das Finanças para que tenham acesso ao estudo feito pela CGD e onde deverão estar explicados os critérios para os encerramentos. “Os deputados do PSD subscritores do presente requerimento defendem ser indispensável conhecerem-se as motivações que estão na origem desta decisão”, referem.

"Os deputados do PSD subscritores do presente requerimento defendem ser indispensável conhecerem-se as motivações que estão na origem desta decisão.”

PSD

Num comunicado enviado pela CGD, o banco estatal referiu que as “agências a encerrar foram objeto de análise e, além da sua atividade e resultado económico, foram tidas em consideração questões como as acessibilidades a outras agências da CGD e a mobilidade da população”.

É a este estudo que o PSD quer ter acesso, dando alguns exemplos de balcões que vão encerrar que consideram mais problemáticos para a população. “Olhando-se para algumas situações de encerramento de balcões já conhecidas, citamos os exemplos de S. Vicente da Beira, concelho de Castelo Branco ou de Darque, concelho de Viana do Castelo, quem conheça as suas realidades locais — do ponto de vista social, humano e acessibilidades — só poderá concluir que, ou aquelas afirmações são inverdadeiras, ou o estudo foi mal feito”.

"As agências a encerrar foram objeto de análise e, além da sua atividade e resultado económico, foram tidas em consideração questões como as acessibilidades a outras agências da CGD e a mobilidade da população.”

CGD

O banco não fez qualquer referência aos critérios usados para o encerramento de cada balcão, nem revelou a lista completa de agências a encerrar em todo o país, dizendo apenas que isto deverá acontecer sobretudo “na Grande Lisboa e Grande Porto.”

O PSD também já tinha exigido conhecer esta lista de agências a fechar (um pedido que foi agora reforçado neste novo requerimento). E a que ainda não teve resposta. “Esta vaga de encerramentos causou um forte sentimento de indignação e abandono junto das populações afetadas, muitas das quais localizadas em municípios do interior do país ou de pequena dimensão”, criticaram os sociais-democratas.

A administração do banco liderado por Paulo Macedo está a enviar cartas para os diretores dos balcões que vão encerrar, processo que deverá estar concluído até final deste mês. Dos 70 balcões que a CGD diz que vai encerrar no âmbito dos compromissos assumidos com Bruxelas — o que compara com os 64 em 2017 –, apenas se conhece a localização de 25 em resultado das manifestações populares. E também das críticas dos autarcas que pedem esclarecimentos ao banco.

Além de S. Vicente da Beira, em Castelo Branco ou de Darque, em Viana do Castelo, há muitos outros fora dos grandes centros urbanos. Casos da agência de Louriçal, em Alenquer, Colos, em Odemira, Abraveses, no concelho de Viseu, para nomear alguns.

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