Estes dois dados foram mencionados pelo líder da bancada socialista, Eurico Brilhante Dias, no final de uma reunião no parlamento com os ministros das Finanças, Fernando Medina, e Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, sobre o cenário macroeconómico para 2023.

Interrogado sobre as razões de o Governo manter uma previsão de défice de 1,9% para o final deste ano, apesar de várias entidades admitirem um valor menor, Eurico Brilhante Dias alegou que o conjunto de programas de apoio às famílias e empresas terá esgotado "a margem" para o cumprimento do objetivo do défice.

"Portanto, quando o cenário macroeconómico apresenta para o fecho deste ano um défice de 1,9%, tal é apenas a confirmação que aquilo que dizíamos era verdade e estava correto. O Governo utilizou toda a margem até ao limite de défice que tinha no Orçamento do Estado, que era de 1,9%", advogou.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS assinalou depois que o Governo apresenta para este ano - 2022 - um valor de dívida mais baixo, na ordem dos 115% do PIB, quando o objetivo inicial era de 120% do PIB".

"A estabilidade e a confiança precisam de contas certas. Para 2023, voltaremos a ter um Orçamento do Estado que, olhando para a frente, terá uma dívida pública mais baixa, na ordem dos 110%, e um défice orçamental em torno dos 0,9%", frisou.

Perante os jornalistas, Eurico Brilhante Dias destacou "o trabalho que o Governo está a fazer com os parceiros sociais em relação ao setor privado e no quadro da administração pública, tendo em vista criar um referencial de estabilidade que permitirá que em 2023 a economia portuguesa possa continuar a crescer".

"A economia portuguesa vai continuar a crescer convergindo com a União Europeia, mantendo níveis de desemprego historicamente baixos, ao mesmo tempo que o investimento produtivo irá aumentar em comparação com 2022. Até 2026, os salários, os rendimentos dos portugueses vão continuar a aumentar - um aspeto particularmente importante", sustentou.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS fez também uma referência ao atual quadro "de incerteza internacional" motivada pela guerra na Ucrânia.

Em Portugal, "há um Orçamento contendo uma perspetiva de médio e longo prazo para proteger as famílias portuguesas neste momento de incerteza", acrescentou.

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