"Uma pena [o país] ter perdido um nome como o Joaquim Levy. Em especial, a forma como ele saiu foi uma covardia sem precedentes", declarou Rodrigo Maia, presidente da cámara baixa parlamentar num evento promovido pelo canal Band News, em São Paulo.

"Não digo nem do Presidente [Jair Bolsonaro], digo de quem nomeou, que é o ministro da Economia [Paulo Guedes], acrescentou.

No fim-de-semana, Bolsonaro declarou que Levy estava com a cabeça a prémio e que poderia sair do BNDES se não demitisse o executivo Marcos Barbosa Pinto, que havia ocupado cargos de destaque em governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

"Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES (...) Falei para ele: Levy, demite esse cara [pessoa] na segunda ou eu demito você sem passar pelo Paulo Guedes [ministro da Economia]. Levy está com a cabeça a prémio há algum tempo", disse Bolsonaro à imprensa no sábado.

No mesmo dia, Marcos Barbosa Pinto pediu demissão e acabou seguido por Levy que, no domingo, comunicou em carta enviada ao ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, que deixaria o comando do BNDES, tendo o Governo aceitado o pedido de demissão.

"Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o meu desligamento do BNDES. A minha expectativa é que ele aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao país e desejo sucesso nas reformas", escreveu Levy.

O Governo brasileiro ainda não anunciou quem será o novo presidente do banco estatal.

Levy foi a primeira baixa de peso dentro do Ministério da Economia, uma das pastas com trabalho mais relevante neste momento no Brasil em que o Governo tenta convencer parlamentares a aprovarem mudanças no sistema de pagamento de pensões por reforma e outras medidas para impulsionar a economia.

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