Em declarações aos jornalistas, Costa e Silva afirmou que a aquisição pela empresa pública tailandesa, operação que deve estar fechada até ao final do ano, permite "criar em Portugal uma plataforma de crescimento da PPTEP no mundo, sobretudo para o hemisfério ocidental, começando no Médio Oriente, mas alargando a todas estas áreas sobretudo os países em que se fala português".

"Estou a tentar convencer o CEO [presidente executivo] do meu novo acionista. A Partex está no Brasil, em Angola, temos excelentes relações em Moçambique, contactos muito estreitos na Argélia, que é outro país onde a PTTEP está presente", justificou.

Além das hipóteses de crescerem em novos mercados, o presidente da Partex, que se manterá no cargo após a mudança acionista, refere as possibilidades no gás, mercado que "é muito caro à Partex".

"Fomos das primeiras empresas que se dedicou ao gás, desde 1974, e que vai ser uma solução de futuro em combinação com energias renováveis", defendeu.

Costa e Silva explicou que a Partex viveu "uns anos sem investimento", depois da decisão da Fundação de sair do negócio do negócio", realçando que "uma empresa sem investimento afeta a sua operacionalidade e a sua capacidade agir".

"Temos vários projetos em Abu Dhabi e em Omã, onde fomos repetidamente convidados a participar e não pudemos, porque a Fundação não estava inclinada para investir", explicou, referindo que "neste ciclo são necessários grandes investimentos".

A PTT Exploration and Production, empresa pública tailandesa de exploração e produção de petróleo, vai pagar cerca de 555 milhões de euros para ficar com 100% da Partex, petrolífera que representa cerca de um quinto dos rendimentos da Fundação Calouste Gulbenkian.

A PTTEP é uma empresa pública, cotada na Bolsa da Tailândia, que integra os índices Dow Jones Sustainability, e tem uma capitalização bolsista de 16.000 milhões de euros. A operar desde 1985, tem 46 projetos petrolíferos em 12 países espalhados pelo mundo.

JNM // MSF

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