"A proposta dos credores da Proindicus não respeita os requisitos das autoridades e não é considerada uma base viável para uma solução", referiu fonte da Lazard Freres, empresa que presta apoio a Moçambique no processo negocial.

O Credit Suisse e o banco VTB Capital emprestaram 662 milhões de dólares (504 milhões e 118 milhões, respetivamente) à Proindicus, uma das três empresas criada pelo Estado em 2013 e que faz parte do escândalo das dívidas ocultas de dois mil milhões de dólares cujo destino continua por apurar.

O Credit Suisse tinha anunciado que a sua proposta fazia "várias cedências financeiras e dava várias garantias de flexibilidade a Moçambique" e mostrava-se disposta a negociá-la com o Governo.

Por outro lado, a Lazard Freres não fez comentários acerca das negociações sobre o resto dos montantes das dívidas ocultas.

No início de agosto, os credores da parcela de 727,5 milhões de dólares em títulos (Mozambique Eubonds 2023) propuseram ao Governo o pagamento de apenas 200 milhões de dólares (173 milhões de euros) até 2023 e a partir daí receber o restante em função das receitas do gás.

O ministro das Finanças, Adriano Maleiane, admitiu no início deste mês que a negociação pode incluir aquele tipo de instrumentos indexados a outras receitas.

Os esclarecimentos dos assessores financeiros à Bloomberg não contemplam uma terceira parcela, encabeçada pelo banco VTB, e que fecha a soma das dívidas ocultas.

Aquela instituição financeira russa financiou a empresa estatal Mozambique Asset Management (MAM), também envolvida no escândalo, num montante de 535 milhões de dólares (464 milhões de euros).

LFO (MBA) // PVJ

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