"Embora seja uma decisão difícil, acreditamos que esta ação é do melhor interesse dos acionistas para preservar o valor a longo prazo", refere Shaun Verner, diretor executivo da Syrah Resources, empresa australiana que explora a mina de Balama, em Cabo Delgado.

A firma vai rever os planos de atividade em Moçambique por forma a que a operação continue sustentável, acrescenta.

A produção e venda de grafite moçambicana no terceiro trimestre foi de aproximadamente 45.000 toneladas e a Syrah anuncia agora uma redução na produção para 15.000 toneladas por trimestre, devido à queda do preço de venda de grafite à China (principal cliente) de 457 para 400 dólares por toneladas.

Esta queda no preço deve-se sobretudo à desvalorização do yuan, moeda chinesa, mas também às "tensões e tarifas do comércio internacional, que continuam a pesar no sentimento do consumidor", lê-se no comunicado.

A procura por grafite está em alta a nível mundial por ser um componente usado em baterias, numa altura em que os mercados de automóveis movidos a eletricidade e de outros produtos elétricos, como as aeronaves autónomas (popularizadas através da palavra inglesa 'drone'), estão em expansão.

A China é o maior consumidor e produtor mundial de grafite natural, assim como importador relevante: no primeiro semestre deste ano importou 105.000 toneladas de grafite, 75% das quais fornecido pela Syrah, referiu a empresa.

A Syrah produziu mais de 100.000 toneladas de grafite natural em 2018 e a mina de Balama é apresentada como a maior exploração de grafite natural fora da China, direcionada para fornecer os mercados tradicionais de grafite industrial e os mercados emergentes de tecnologia.

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