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Lucros da EDP aumentam 17% até março

Aumento do contributo das redes no Brasil contribuiu para o resultado líquido.
9 Maio 2024, 17h54

O lucro não-recorrente da EDP subiu 17% para 354 milhões de euros, com o lucro recorrente a subir 20% para 368 milhões, à boleia do aumento do contributo das redes de eletricidade no Brasil.

O EBITDA recorrente recuou 5% para 1.342 milhões de euros, “refletindo a performance do negócio de geração e comercialização na Península Ibérica, impactado pela menor margem integrada no 1T24 face a um nível elevado no período homólogo”. Já o EBITDA não-recorrente desceu 5% para 1.341 milhões de euros.

Já o EBITDA do segmento eólico e solar subiu 1%, “suportado pelos ganhos com transações de rotação de ativos renováveis na América do Norte, totalizando €58M, e mitigado pela diminuição na produção de energia renovável devido a recursos eólicos abaixo da média, assim como a redução do preço médio de venda de energia”.

Já o investimento operacional de expansão recuou 6% para 981 milhões de euros.

A companhia destaca que o EBITDA da atividade de redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil aumentou 24% face ao período homólogo
para 474 milhões de euros, “suportado pelo bom desempenho no Brasil”.

Neste país, o EBITDA aumentou 51% para 252 milhões “impulsionado por ganhos com a rotação de ativos de transmissão de eletricidade”. Na Península Ibérica, o aumento no EBITDA nas redes “deve-se ao aumento das receitas reguladas e eficiência na gestão dos custos operacionais”.

O EBITDA das renováveis caiu 18% para 865 milhões de euros, com o impacto negativo no segmento de hídrica, clientes e gestão de energia na Iberia e Brasil, que recuaram ambas 32%.

A empresa sinaliza que os custos financeiros líquidos recuaram 9% para 236 milhões de  euros, “refletindo a diminuição do custo médio da dívida de 10bps para os 4,7% impulsionado sobretudo pela diminuição da dívida em USD e BRL, mitigado pelo aumento do peso da dívida em EUR”.

A dívida líquida da companhia subiu 4% para 15,9 mil milhões de euros no final de março, “refletindo a aceleração do investimento em energias renováveis e redes de eletricidade, bem como o aumento do défice tarifário parcialmente mitigado pelos 538 milhões de encaixe de transações de rotação de ativos”.

EDP Renováveis anuncia corte no investimento em três mil milhões até 2026

A EDP Renováveis anunciou hoje um corte de três mil milhões de euros no seu investimento líquido face ao previsto no plano estratégico.

A companhia prevê agora investir 4 mil milhões de euros nos próximos três anos, até 2026, em termos líquidos, menos três mil milhões de euros face ao previsto anteriormente, segundo uma apresentação hoje divulgada ao mercado.

O investimento bruto em renováveis vai ser de 12 mil milhões de euros para o período 2024-2026, com o investimento líquido a atingir os 4 mil milhões de euros, menos três mil milhões face ao plano estratégico, “preservando uma balanço saudável”, com foco na melhoria de eficiência.

“O mercado mudou nos últimos 12 meses”, disse hoje Miguel Stilwell d’Andrade numa chamada com analistas. “Não estamos a ignorar os sinais. É preciso recalibrar” o plano. O gestor destacou a queda nos preços da eletricidade, e os elevados custos de capital, apontando que as taxas de juro deverão continuar elevadas durante mais tempo do que o previsto nos EUA, face à zona euro que deverá ver alterações nos próximos meses.

A companhia espera agora instalar 10 gigawatts de potência entre 2024-2026, ao ritmo de três gigawatts por ano, dos quais 7 gigawatts estão já “assegurados”.

A empresa inverteu a tendência negativa desta sessão e está agora a subir 1,82% para 13,97 euros na bolsa de Lisboa.

Segundo o plano de negócios anterior, o grupo EDP esperava investir 25 mil milhões de euros durante este período: 21 mil milhões (85%) em energias renováveis e quatro mil milhões (15%) em redes de eletricidade, um investimento médio anual na casa dos 6,2 mil milhões de euros. A companhia espera acrescentar 4,5 gigawatts de renováveis por ano, num total de 18 gigawatts até 2026 para atingir 33 gigawatts de renováveis até 2026, e para atingir 50 gigawatts até 2030.

Lucro da EDP Renováveis sobe 4% mas investimento recua

Os lucros da EDP Renováveis subiram 4% para 68 milhões de euros no primeiro trimestre face a período homólogo.

O resultado foi “impactado por uma menor contribuição do top line e pelo aumento de impostos, devido ao tratamento fiscal dos ganhos com rotação de ativos, e compensado por uma redução dos custos financeiros líquidos e dos interesses não controláveis (-11% em termos homólogos)”.

Assim, as receitas recuaram 11% para 632 milhões de euros, impactadas pelo menor preço médio de venda (-3%) e menor produção de energia (-3%).

A companhia revela que o preço médio de venda desceu 3% para de 61 euros/MWh, “refletindo os preços mais baixos do mercado da eletricidade na Europa. A comparação face ao ano anterior foi também impulsionada pela revisão regulatória em baixa dos preços da eletricidade de 2023 para os ativos regulados em Espanha, anunciada em junho de 2023″.

Já a produção também recuou 3% para 9,9 TWh, impactada pela rotação de ativos eólicos nos últimos 12 meses, com a venda de 256 MW em Espanha, 142 MW na Polónia e 260 MW no Brasil, país onde a produção afundou 54% com a desconsolidação e pela manutenção prevista em vários projetos, “o que exigiu a suspensão periódica de operações, e por recursos renováveis ligeiramente inferiores em comparação com o ano anterior”.

Já o investimento bruto afundou 23% para 759 milhões de euros, “com mais de 80% do seu investimento operacional na Europa e América do Norte, refletindo o foco da EDPR nos seus mercados core de reduzido risco”.

Tendo em conta as transações de rotação de ativos, um encaixe de 300 milhões, o investimento líquido de expansão atingiu os 900 milhões (-8%).

Por sua vez, a dívida líquida disparou 900 milhões para 6,7 mil milhões, “refletindo os investimentos efetuados no período”.

Os resultados financeiros recuaram 14% para 108 milhões, “impactados pela estratégia de rebalanceamento do mix cambial da dívida, com aumento do euro (€) e redução do dólar (USD), e pelo aumento das despesas financeiras capitalizadas, devido aos atrasos na execução de projetos juntamente com a manutenção do custo da dívida em 4,66%, devido ao menor custo da dívida dos novos refinanciamentos”, segundo o comunicado.

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