Já há (verdadeira) inclusão de pessoas com deficiência física-motora nos ambientes de trabalho? Resultados deste estudo são esclarecedores

Metade dos portugueses (50%) consideram que os incentivos disponibilizados às empresas para a contratação de colaboradores com deficiências físico-motoras são insuficientes e e subutilizados, com lacunas tanto na quantidade como na sua divulgação.

 

Os dados são de um estudo da ConsumerChoice, que avaliou a percepção dos cidadãos portugueses quanto à inclusão de pessoas com deficiência física-motora nos ambientes de trabalho e na sociedade em geral.

Já 30% dos entrevistados realça também o desinteresse das empresas em recorrer aos incentivos disponíveis, sendo que para 15% o principal obstáculo consiste na falta de sensibilidade e mentalidade das entidades portuguesas.

Apesar dos avanços verificados em comparação com décadas anteriores, 70% dos inquiridos acredita que Portugal ainda não alcançou um nível satisfatório de inclusão para os cidadãos com restrições físicas.

No que diz respeito aos ambientes de trabalho, 62% reconhecem que raramente se deparam com indivíduos com este tipo de limitações em contextos laborais.

Cerca de 40% dos inquiridos revela ainda que, no contexto português, a inserção laboral de pessoas com deficiências físico-motoras é uma tarefa desafiadora.

Adicionalmente, grande parte dos participantes (70%) alude para uma falta de abertura por parte das empresas para disponibilizarem o material adaptado necessário para pessoas com deficiências, destacando o custo como um dos principais motivos.

Outro tema abordado também no estudo foi o sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiências físico-motoras em Portugal.

Enquanto 55% dos entrevistados declara não ter uma opinião formada sobre o assunto, 25% apoia a implementação das quotas nas organizações como forma de promover a inclusão e garantir a igualdade de oportunidades para todos.

Por outro lado, cerca de 20% dos questionados são opostos ao sistema de quotas de emprego, pois consideram que estas podem ser injustas, havendo potencial para irregularidades.

Relativamente à sensibilização e educação sobre a inclusão, há uma expectativa dos inquiridos (100%) que o Estado e as empresas desempenhem um papel activo na promoção da inclusão, através de workshops nas escolas e locais de trabalho (60%), campanhas de sensibilização e publicidade (45%), acções práticas para garantir a acessibilidade e oportunidades iguais (30%), benefícios fiscais para as empresas que contratam pessoas com deficiência (20%) e a integração de pessoas com incapacidades em atividades sociais e educativas (15%).

Mas a maioria dos portugueses (68%) acredita que a educação das crianças sobre a inclusão deve começar em casa.

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