A alegada decisão de Londres sucede apesar da pressão exercida pelos Estados Unidos para conter a empresa, por alegados riscos para a segurança.

"Estamos satisfeitos com o facto de o Reino Unido manter uma abordagem baseada em factos e reforçamos o nosso compromisso de continuar a trabalhar em cooperação com o Governo e com a indústria", afirmou a empresa, num comunicado enviado à agência Lusa.

Segundo o jornal Daily Telegraph do Reino Unido, a primeira-ministra britânica, Theresa May, aprovou, na quarta-feira, que a fabricante chinesa participe no desenvolvimento da rede 5G.

Londres deve excluir a empresa da construção da estrutura central, limitando-a a infraestruturas menos sensíveis, incluindo as antenas, detalha o mesmo jornal.

O Governo britânico recusou, no entanto, confirmar aquela informação.

A decisão foi tomada durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional (NSC), na terça-feira, que incluiu ministros e altos funcionários de Segurança, e foi presidida por Theresa May.

A decisão surgiu apesar da oposição de vários membros do governo, incluindo o ministro do Interior, Sajid Javid, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, da Defesa, Gavin Williamson, e do Comércio Externo, Liam Fox, segundo o Daily Telegraph.

O ministério da Indústria Digital lembrou, contudo, que está a ser elaborado um estudo do governo e que as conclusões devem ser publicadas "oportunamente".

Os Estados Unidos têm vindo a pressionar vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes 5G, a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de informação chineses.

Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei.

Várias autoridades e políticos britânicos apontaram os riscos associados à Huawei.

Em dezembro passado, o ministro da Defesa, Gavin Williamson, expressou "profunda preocupação" pela participação chinesa no 5G do país.

Mas o serviço de inteligência britânico para a segurança cibernética (NCSC) estimou recentemente que os riscos representados pela Huawei são "gerenciáveis".

JPI // JPS

Lusa/fim