Em comunicado divulgado após a reunião, o executivo, liderado por Jorge Bom Jesus, disse ter constatado que a situação económica e financeira do país "é deveras crítica", as dívidas do Estado para com os bancos comerciais "são exorbitantes" e os salários da administração pública "estão em atraso".

Além disso, nas embaixadas e representações diplomáticas os funcionários não recebem ordenado há três meses, segundo o Governo.

"O desmando e a desorganização no aparelho central do Estado é preocupante e manifesto", afirmou o executivo, em funções desde sábado passado.

No comunicado, o Governo refere que "no sistema de educação, não existem condições que permitam a garantia de refeições escolares" e "a rutura de alguns bens alimentares de primeira necessidade é notória".

O Conselho de Ministros, o primeiro deste Governo, orientou a ministra da Educação a apreciar as propinas cobradas e permitir o acesso dos alunos que por razões financeiras ainda estão fora do sistema escolar.

A mesma deliberação foi tomada em relação à ministra da Justiça e Direitos Humanos, a quem foi pedida uma "revisão em baixa" dos emolumentos cobrados pelos serviços notariais, particularmente em relação aos documentos para estudantes.

O novo executivo é liderado por Bom Jesus, presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) e da coligação PCD-UDD-MDFM, na sequência de um acordo pós-eleitoral assinado entre as duas forças após as eleições legislativas de 07 de outubro, que garantiu maioria absoluta (28 em 55 deputados na Assembleia Nacional).

o Ação Democrática Independente (ADI), partido então no poder, venceu as eleições com maioria simples (25 deputados), mas o Presidente da República, Evaristo Carvalho, convidou a segunda força mais votada a formar Governo, justificando a decisão com "a atual correlação de forças" no parlamento e "os superiores interesses" do país.

MLSTP-PSD e coligação tinham prometido fazer cair no parlamento um eventual executivo do ADI.

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