O Presidente de França, Emmanuel Macron, recebe naquela estância balnear do sudoeste do país, os dirigentes dos Estados Unidos, Donald Trump, Reino Unido, Boris Johnson, Alemanha, Angela Merkel, Itália, Giuseppe Conte, Canadá, Justin Trudeau, e Japão, Shinzo Abe.

Em Biarritz vão também estar o presidente do Conselho da União Europeia (UE), Donald Tusk, e vários chefes de Estado e de Governo convidados pela Presidência francesa, entre os quais o indiano Narendra Modi, o egípcio Abdel Fattah al-Sisi, o chileno Sebastian Piñera, o ruandês Paul Kagame ou o senegalês Macky Sall.

O programa inicia-se com um jantar, hoje, e termina com uma conferência de imprensa final, na segunda-feira à tarde.

Os fogos florestais que estão a devastar a Amazónia impuseram-se à última hora na agenda, já de si ampla, com Macron a evocar uma "crise internacional" e a pedir aos países industrializados do G7 "para falarem desta emergência" na cimeira.

A sugestão foi de imediato criticada pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que acusou Macron de "mentalidade colonialista" ao "instrumentalizar" o assunto propondo que "assuntos amazónicos sejam discutidos [...] sem a participação dos países da região", o que deu origem a escalada de tensão que levou o chefe de Estado francês a acusar o brasileiro de "mentir" quando afirmou que iria respeitar os compromissos ambientais e a anunciar que, nestas condições, França opõe-se ao acordo de comércio livre UE-Mercosul.

Segundo fontes diplomáticas francesas, os conselheiros políticos dos líderes do G7 estavam na sexta-feira a discutir e a preparar "medidas concretas" em relação à Amazónia, as quais "podem materializar-se no G7".

Os fogos na maior floresta tropical do mundo vão, segundo as fontes, estar os principais pontos do jantar informal de hoje e da reunião sobre ambiente prevista para segunda-feira.

O Irão é outro dos temas difíceis na agenda, com Macron a querer desbloquear a crise desencadeada pela retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear de 2015, assinado entre o Irão e as potências do chamado grupo 5+1 (Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China e EUA).

Depois da decisão norte-americana, associada à imposição de fortes sanções, o Irão deixou de cumprir algumas das obrigações impostas pelo acordo, que limitava o seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções económicas, e pede aos europeus, que querem preservar o pacto, medidas que permitam contornar as sanções norte-americanas.

A economia mundial, com sinais de uma possível recessão e com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, será um dos temas mais importantes da reunião.

Para evitar uma repetição do que se passou na última cimeira, no Canadá, em que Trump recusou assinar o comunicado final com as conclusões com que tinha concordado, Emmanuel Macron decidiu eliminar o comunicado final, "esses comunicados que ninguém lê e que resultam de intermináveis conflitos burocráticos".

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