De acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse, que cita uma fonte conhecedora do processo, o Banco de França "está em vias de transferir fundos que pertenciam a Estados africanos".

O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), sediado em Dakar, escusou-se a comentar a transferência à AFP, que está inserido na reforma desta moeda, anunciada no final do ano passado.

O franco CFA é a moeda comum de oito países membros da União Monetária da África Ocidental (UEMAO), e que são Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo, para além de outros seis Estados da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC): Camarões, República Centro-Africana, Congo, Gabão, Guiné Equatorial e Chade.

No final de 2019, vários chefes de Estado concordaram na necessidade de reformar a moeda, que é vista como uma herança colonial francesa, entre os quais os presidentes da França e da Costa do Marfim, Emmanuel Macron e Alassane Ouattara, que responderam assim às críticas de vários economistas sobre o modelo de funcionamento da moeda.

A reforma então decidida implica que o BCEAO já não tem de depositar metade das suas reservas cambiais no banco central francês, uma obrigação que era vista pelos críticos como uma dependência humilhante e colonial.

"O BCEAO deixará de ter qualquer obrigação particular de investir as suas reservas cambiais e será livre de investir os seus ativos onde quiser", explicou na altura a presidência francesa.

A reforma anunciada no final do ano passado previa também que o franco CFA mudasse o nome para 'eco' e a saída da França da direção da WAMU, o que ainda não aconteceu, e previa também que a paridade do novo 'eco' em relação ao euro fosse mantida, com Paris a manter o papel de garante financeiro.

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