Em março, a Fitch apontava para uma perspetiva de crescimento da economia brasileira de 2,1% em 2019 e de 2,7% em 2020.

Os dados do primeiro trimestre confirmavam um esforço de retoma da economia brasileira.

Porém, o produto interno bruto desceu 0,2% face ao trimestre anterior, o primeiro resultado negativo desde o quarto trimestre de 2016.

Do lado da procura, a formação bruta de capital fixo contraiu-se 1,7% e as exportações 1,9%.

Já do lado da oferta, a contração do setor industrial foi liderada pela atividade mineira (-6,3% em cadeia), enquanto a indústria transformadora caiu 0,5%.

A incerteza face à capacidade do novo Governo, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, para executar as reformas necessárias no país, a par do impacto da crise na Argentina e do colapso da barragem da empresa mineira Vale, no início deste ano, foram os fatores que mais afetaram o crescimento da economia brasileira, segundo o relatório da Fitch.

Contudo, a possível passagem da reforma da previdência este ano poderá reduzir a incerteza política e permitir uma aceleração do crescimento económico em 2020, admite a Fitch.

Um dos maiores riscos para a performance da economia brasileira é o desapontamento com o calendário das reformas (particularmente a das pensões), que aumenta as preocupações relativamente ao estado das finanças públicas.

A nível externo, uma baixa dos preços das matérias-primas, uma recuperação mais rápida do que o esperado da China e um aumento das tensões internacionais, bem como a fragilidade da economia Argentina poderão prejudicar as perspetivas, considera ainda a agência.

A inflação aumentou 4,5% nos últimos meses, refletindo, sobretudo, a subida dos preços da alimentação e transportes.

ATR // SR

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