Castello Branco e Novaes realizaram, nas vésperas de uma reunião do conselho da Petrobras para nomear um novo presidente que está a ocorrer hoje, uma troca de mensagens de texto que foram reveladas pelos 'media' locais.

Nessas mensagens, o ex-presidente da Petrobras afirmou que, com sua saída do cargo, entregou o seu telemóvel da empresa intacto, frisando que o aparelho continha mensagens e áudios que poderiam incriminar Bolsonaro, embora não tenha especificado quais os crimes que alegadamente poderiam ter sido cometidos pelo chefe de Estado.

Durante a conversa, Novaes acusou Castello Branco de querer prejudicar Jair Bolsonaro, o que o ex-dirigente da Petrobras assegurou ser incorreto para, em seguida, reconhecer que "não foi, nem é, por falta de oportunidade" que não atuou contra o Presidente brasileiro.

"Se eu quisesse atacar o Bolsonaro, não foi e não é por falta de oportunidade. Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de biliões de dólares para seus acionistas [Petrobras], sou insistentemente convidado pela 'media' para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [convites] e, quando falo, procuro evitar ataques", alegou o ex-presidente da Petrobras.

Castello Branco foi demitido da presidência da Petrobras no meio de críticas do Governo brasileiro com a política de preços da empresa, que está indexada ao dólar e, portanto, sujeita à subida da moeda norte-americana, embora o Brasil seja um grande produtor de petróleo bruto.

O mesmo motivo levou Jair Bolsonaro a demitir os ex-presidentes da estatal Joaquim Silva e Luna e José Mauro Ferreira Coelho.

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