Esta empresa com 91 anos venceu um prémio nacional de inovação

A Riopele venceu esta terça-feira o Prémio Nacional de Inovação da COTEC. O ECO falou com o líder da empresa para perceber como é que uma têxtil com 91 anos foi capaz de ganhar um prémio de inovação.

José Alexandre Oliveira é presidente do conselho de administração da Riopele desde 2007. A empresa, fundada pelo avô do gestor, tem já 91 anos e venceu esta terça-feira o Prémio Produto Inovação 2018.Paula Nunes/ECO

O Prémio Produto Inovação da COTEC foi atribuído esta terça-feira à marca Tenowa, um projeto da empresa portuguesa Riopele, que foi fundada em 1927 e tem sede em Vila Nova de Famalicão. A Tenowa é uma marca inovadora de tecidos sustentáveis e ecológicos, feitos com 80% de matéria-prima reciclada e produzidos por máquinas com elevado nível de automação.

Mas como é que uma empresa com 91 anos vence um prémio de inovação? Ao ECO, José Alexandre Oliveira, neto do fundador da Riopele e presidente do conselho de administração desde 2007, revela o segredo por detrás do negócio. “Somos uma empresa com muitos anos, das chamadas empresas tradicionais, mas que, de tradicional, só se for mesmo os anos que tem”, começa por dizer, em Évora, à margem do 15.º Encontro Nacional de Inovação da COTEC Portugal, onde o Prémio Produto Inovação deste ano foi atribuído.

Questionado sobre como é que a empresa se mantém inovadora ao fim de nove décadas de existência, o administrador apontou para dois fatores essenciais: “Temos paixão e atitude. São pontos que valorizamos muito dentro da empresa.” E acrescenta: “Muito do que fazemos hoje na empresa, não o fazíamos há dois anos. Isso faz com que seja uma empresa agradável para se trabalhar. As pessoas não têm rotinas. Há sempre alguma coisa que as surpreende todos os dias”, apontou José Alexandre Oliveira.

Temos paixão e atitude. São pontos que valorizamos muito dentro da empresa.

José Alexandre Oliveira

Presidente do conselho de administração da Riopele

A Tenowa só tem um impacto de 2% nas contas da Riopele, mas isso não significa que o valor não vá crescer. José Alexandre Oliveira acredita que sim. “Está a nascer e não tenho dúvidas de que vai ter um peso significativo no futuro”, admitiu ao ECO. A empresa conta com 1.100 colaboradores e exporta 98% da sua produção, com o administrador da companhia a confessar que “o mercado português é muito pequeno” para uma empresa como a Riopele.

Desafiado a dar alguns conselhos às empresas que se queiram manter inovadoras, José Alexandre Oliveira disse que devem “injetar dentro da empresa sangue novo com sangue já mais maduro”. Na experiência do gestor, é uma boa “conjugação” e ajuda ainda a reduzir o desemprego nas camadas mais jovens. “É preciso aproximar os jovens das empresas e dar-lhes formação na empresa. Temos um desemprego muito elevado na juventude e penso que temos de resolver isso o mais rápido possível”, concluiu.

A Riopele foca-se em peças de moda com tecidos de gama média-alta. A marca Tenowa recorre a resíduos agroalimentares que são misturados com 20% de fibra virgem, resultando num tecido que já está a ser usado e comercializado por alguns dos clientes da Riopele. Por outras palavras, é um produto cuja maior parte da matéria-prima usada para o produzir é proveniente de fontes sustentáveis.

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