"No seguimento das contrações de 2017 e 2018, prevemos que os empréstimos aos clientes dos bancos em Moçambique acelere de 5,8% este ano para 6,7% no próximo ano", lê-se numa nota sobre o setor bancário.

Na nota, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que esperam que esta evolução se dê num contexto de "política monetária acomodatícia e uma inflação relativamente baixa, que deverão sustentar o crescimento da procura de crédito".

No entanto, concluem, "a má qualidade dos ativos dos bancos e os elevados empréstimos ao Estado vão continuar a limitar a emissão de crédito para o setor privado no curto prazo".

Estimando que a inflação deverá subir de 2,8% este ano para 5,1% em 2020, a Fitch Solutions avisa que "o ambiente ainda difícil para os empréstimos vai agir como um constrangimento a curto prazo na vontade dos bancos de fazerem empréstimos", já que o escândalo das dívidas ocultas, em 2016, e o consequente abrandamento da economia, dificultou o pagamentos dos empréstimos e baixou a qualidade dos ativos bancários no país.

"Isto refletiu-se no rácio do crédito mal parado face ao total, que subiu de uma média de 4% entre 2013 e 2016, para 11,3% em fevereiro deste ano", escrevem os analistas, concluindo que os efeitos dos ciclones no setor agrícola, que emprega mais de 70% da força de trabalho, "vai pesar ainda mais na qualidade dos ativos nos próximos trimestres, mantendo os bancos cautelosos na avaliação de novos créditos ao setor privado".

MBA // JH

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