As cerca de 90 empresas nacionais que rumam à Micam respondem por mais de 8.000 postos de trabalho e recebem hoje, no primeiro dia da feira, a visita do ministro Adjunto e da Economia, Pedro Vieira da Silva, e do secretário de Estado da Economia, João Correia Neves.

"Portugal será a segunda maior delegação estrangeira naquela que é a mais importante e prestigiada feira de calçado do mundo, logo a seguir a Espanha", destaca a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), que organiza a participação portuguesa na feira de Milão.

A participação na Micam acontece numa altura em que o calçado português perspetiva 2019 como "um ano de afirmação nos mercados externos", durante o qual o setor pretende investir, com o apoio do Programa Compete, mais de 18 milhões de euros em atividades promocionais no âmbito das "grandes prioridades" de "aumentar as vendas no exterior, diversificar os mercados de destino e o leque de empresas exportadoras".

Destes, 16 milhões de euros serão canalizados para a participação de 200 empresas em cerca de 60 dos principais eventos da especialidade, em mais de 15 mercados, com destaque para a Alemanha, Espanha, França e Itália, na Europa, e para o Japão e EUA, entre os países extracomunitários.

Os restantes dois milhões de euros dizem respeito à promoção das marcas em "áreas críticas" como a conceção e o registo de marcas e patentes, o investimento em publicidade, a contratação de assessorias de comunicação no exterior e a produção de campanhas de imagem.

Segundo a APICCAPS, estes investimentos serão complementados com ações no universo digital, desde apoios à realização de campanhas de 'marketing' digital a investimentos em matéria de criação de 'sites' ou lojas 'online'.

Os objetivos são claros: "Promover o 'upgrade' [melhoria] de imagem das marcas do setor e fomentar uma imagem de excelência das empresas e dos seus produtos".

Esta renovada aposta nos mercados externos que acontece depois de, em 2018, o crescimento de 2,4% das exportações de calçado em volume, para 85 milhões de pares, não ter sido suficiente para evitar uma quebra de 2,85% em valor, para 1.904 milhões de euros.

Segundo a associação, "o abrandamento das principais economias mundiais para onde a indústria portuguesa de calçado exporta mais de 95% da sua produção terá afetado o setor e contribuído para o desempenho final", sendo que, "ainda recentemente, o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as perspetivas de crescimento para 2018 e revelou-se menos otimista para 2019".

"O impacto da guerra comercial entre os EUA e a China, o abrandamento da economia europeia e a crise em vários mercados emergentes são -- recorda - as principais razões para o corte das estimativas efetuado pela entidade liderada por Christine Lagarde".

PD // JNM

Lusa/fim