Num relatório hoje divulgado, as economistas do BCE Vanessa Gunnella e Lucia Quaglietti assinalam que "o risco de uma guerra comercial se tornou mais visível em 2018, quando ameaças protecionistas da administração dos Estados Unidos e dos seus parceiros comerciais foram seguidas por ações concretas".

"Espera-se que o impacto das medidas implementadas até agora nas perspetivas económicas globais e da zona euro permaneça contido, mas se as tensões comerciais se intensificarem podem gerar efeitos negativos", alertam.

Segundo as especialistas, "a incerteza relacionada com o protecionismo está a pesar no sentimento económico e isso pode aumentar ainda mais", desde logo se conjugado "com o 'stress' financeiro".

Por isso, alertam para os efeitos destas tensões comerciais dos EUA, principalmente com a China, na "confiança na zona euro e na economia global".

"Essas tensões aumentaram durante o verão e, embora tenham sido contidas nalgumas frentes, o risco de uma nova escalada ainda é significativo", reforçam Vanessa Gunnella e Lucia Quaglietti.

As economistas concluem, assim, que "o impacto direto de uma nova escalada de tensões pode ser considerável", tendo "efeitos mais pronunciados a longo prazo".

Em 2018, os Estados Unidos e a China foram os principais parceiros económicos da União Europeia, respetivamente, na exportação e na importação.

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Lusa/fim