"O Aeroporto de Lisboa não está certificado para a operação do A380 [...]. Para operações excecionais, o pedido de autorização tem que ser apresentado pela companhia aérea à ANAC", notou a gestora aeroportuária, em resposta à Lusa.

Em causa, está um pedido da Hi Fly para operar a maior aeronave comercial do mundo na Portela, que foi remetido à ANA, mas a gestora alegou que seriam necessárias obras avultadas na infraestrutura.

A ANA referiu que, para operações regulares, "é necessária a realização de obras importantes nos 'taxiways' (largura e raios de curvatura), assim como a criação de bermas estabilizadas na pista".

De acordo com a gestora aeroportuária, embora as operações com este tipo de aeronaves sejam cada vez menos frequentes, as obras em causa estão previstas no plano de investimento do aeroporto de Lisboa.

"A ANA está naturalmente disponível para trabalhar com a Hi Fly, uma vez obtida pela companhia a luz verde da aviação civil", concluiu.

A Hi Fly pediu autorização à ANA para operar na Portela o Airbus A380, mas não tem autorização, disse à Lusa a companhia aérea.

Segundo explicou o diretor de frotas da Hi Fly, Ricardo Bahia, o A380, que pertence a uma categoria de aviões especiais devido às suas dimensões, requer que o aeroporto esteja certificado para receber aquele tipo de aeronaves, mas, "quando não está, tal não significa que não o possa receber".

Nesses casos, disse, é feito um pedido à gestora do aeroporto, que no de Lisboa é a ANA -- Aeroportos de Portugal, para que seja autorizada a operação do avião naquela infraestrutura, garantindo as condições de segurança e, caso necessário, medidas de mitigação, como por exemplo supervisão humana na pista no momento da operação no chão.

Um estudo da fabricante de aviões Airbus, a que a Lusa teve acesso, dá o A380 como compatível no aeroporto de Lisboa.

"Temos documentação factual representativa, em que, para além dos aspetos de mitigação, temos também esse parecer e estudo que aponta que o avião apenas terá que ser supervisionado em determinados 'stands' de estacionamento e, mais importante, a segurança absolutamente nunca é posta em causa", sublinhou Ricardo Bahia.

No entanto, de acordo com a companhia aérea que se dedica ao fornecimento de aviões com tripulação, manutenção e seguros ('wet lease'), a ANA avaliou o seu pedido "durante bastante tempo", mas acabou por alegar que, para autorizar a operação do A380 na Portela, teria de fazer "obras avultadas".

Atualmente, o único aeroporto nacional com autorização para receber o A380 é o de Beja.

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