"A detenção usada para investigar e a violação do segredo de justiça usada para difamar. No centro da ação mediática já não está uma pessoa com os seus direitos, mas um alvo a que ninguém dará ouvidos quando chegar a sua vez de dizer qualquer coisa em sua defesa. A maledicência estatal resultou em pleno e o plano foi repetido sem falhas, pouco importando se toda a atuação se baseou na ação criminosa de violação de segredo de justiça", começa por escrever, num artigo de opinião publicado esta segunda-feira no 'Diário de Notícias'.

Sócrates acusa o Ministério Público de prender primeiro e perguntar depois, "aogra, arrastam-se as pessoas para a cadeira para humilhar, para despersonalizar e para intimidar os outros (...). A detenção para interrogatório deixou de ser um dispositivo extraordinário da ação judicial".

José Sócrates deixa ainda fortes críticas ao Benfica, acusando os líderes do clube de "cálculo e ambição e poder e oportunismo" e apontando a mira a Rui Costa.

"Aquelas pessoas perderam-se ali mesmo, no preciso momento em que encenaram o megalómano espetáculo do estádio vazio de onde emergiria a figura redentora. No final, o pano desce tristemente, mostrando que por detrás dele nada existe - nem legitimidade, nem gravitas", acrescenta.