Tadej Pogacar (UAE Emirates) e o Jonas Vingegaard (Visma-Lease a bike), os dois primeiros classificados da Volta a França, esperavam mais ataques entre si numa "brutal" 14.ª etapa.

Pogacar é líder isolado, com 4.13 minutos de avanço sobre Vingegaard e 7.53 sobre o alemão Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe), que subiu ao terceiro lugar, e, com um atraso tão grande, esperava que o dinamarquês atacasse mais cedo na 14.ª etapa, que ligou Pau a Luchon Superbagnères (182,6 quilómetros).

"Jonas tentou hoje. Ele é muito bom. Esperava que ele tentasse mais cedo. Ele atacou a quatro quilómetros e eu consegui responder bem. Mas não tinha aquele fogo, aquele poder em mim para contra-atacar e dar tudo até ao final. Controlei a etapa até aos 200 metros finais e fiz o sprint para o segundo lugar", assumiu.

Apesar da vantagem que tem, 'Pogi' acredita que Vingegaard lhe vai dar luta até final pela vitória nesta edição do Tour, até porque o dinamarquês mostrou hoje estar a melhorar.

"Ainda não tivemos muitas montanhas, tivemos o Hautacam e o contrarrelógio, no final destes três dias acho que ele esteve muito forte hoje. Acho que não vai desistir, vai continuar a atacar nos Alpes e no Mount Ventoux. Acho que vamos ter uma grande luta na próxima semana", assumiu.

Sobre hoje, Pogacar disse que "foi uma etapa brutal, também com o tempo" e que houve um momento em que chegou "a ter medo de correr", "na descida do Tourmalet, não se via, com nevoeiro, estava frio, escorregadio, foi um momento assustador".

"Foi uma etapa dura pelas condições, pelas subidas, no início estávamos a 'voar' de novo. Foi um dia muito duro, mas que controlámos bem. Tiro o chapéu ao [Thymen] Arensman, que fez uma corrida incrível. Estou feliz por ele, mas também por mim, porque ainda estou de amarelo", referiu.

Vingegaard mostrou-se satisteito pela forma que as suas pernas responderam num dia em que o neerlandês Thymen Arensman (INEOS) venceu em 4:53.35 horas, menos 1.08 minutos do que Pogacar e 1.12 do que o dinamarquês.

"No geral, hoje foi uma das mais duras etapas de montanha que alguma vez fiz. Foi um dia difícil para toda a gente. Ter esta prestação no final de um dia como o de hoje é obviamente bom", referiu.

Ainda muito cedo, Vingegaard ficou sem companheiros no grupo dos favoritos, depois de Simon Yates e Sepp Kuss terem estado na fuga, "para tentar vencer a etapa", algo que não conseguiram, porque Arensman fez "um grande trabalho".

"Eu esperava que o Tadej atacasse na última subida para tentar vencer a etapa. Quando percebi que ele não ia tentar, decidi fazê-lo eu", disse Vingegaard.

Um dos grandes vencedores do dia acabou por ser o alemão Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe), que subiu ao terceiro lugar, depois da desistência do belga Remco Evenepoel (Soudal QuickStep), além de ter passado a liderar a classificação da juventude, com o seu companheiro de equipa, o esloveno Primoz Roglic, a subir a sexto.

"Vamos ver o que acontece nos próximos dias. Primoz (Roglic) voltou a demonstrar um bom nível e ainda falta uma semana até Paris, podem acontecer muitas coisas. Primoz e eu entendemo-nos bem, vamos falar com calma para ver a melhor estratégia para os próximos dias. Podemos estar satisfeitos como equipa", assinalou.

Vestir a camisola branca, de líder da juventude, "é um sonho tornado realidade", que não imaginava cumprir antes de chegar ao Tour, no qual "o principal objetivo era o pódio".

"Senti-me bem em toda a etapa, desde o princípio que me dei conta de que tinha recuperado bem do contrarrelógio [da véspera] e por isso estou muito satisfeito", referiu.