Luís Filipe Vieira renunciou a todos os cargos na direção e na SAD do Benfica, na sequência da operação Cartão Vermelho, confirmou o clube esta noite.

"A Direção do Sport Lisboa e Benfica informa que recebeu do Presidente da Mesa da Assembleia Geral a carta de renúncia ao mandato enviada por Luís Filipe Vieira", escreve o clube.

A Direção, liderada por Rui Costa, adianta ainda que irá reunir amanhã para formalizar as alterações na estrutura do organismo, de acordo com os estatutos do clube.

Rui Costa e a sua direção apelam "à união de todos os Benfiquistas em torno dos objetivos comuns e na salvaguarda dos superiores interesses do Clube."

Da mesma forma, a SAD benfiquista informou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que Vieira comunicou igualmente “a sua renúncia ao cargo de membro do conselho de administração” da sociedade anónima desportiva.

“O conselho de administração foi convocado para reunir amanhã [sexta-feira] e deliberar sobre a cooptação de um administrador, cuja designação terá como consequência a imediata produção de efeitos da referida renúncia”, refere a nota enviada à CMVM.

A decisão surge um dia depois das águias darem um período de 30 dias ao empresário para deixar a direção ou para as medidas de coação que lhe estão aplicadas deixarem de estar em efeito, permitindo o exercício do cargo.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do clube e Novo Banco.

Vieira, que está em prisão domiciliária até à prestação de uma caução de três milhões de euros, e proibido de sair do país, está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.

Segundo o Ministério Público, o empresário provocou prejuízos ao Novo Banco de, pelo menos, 45,6 milhões de euros, compensados pelo Fundo de Resolução.

No mesmo processo foram detidos, para primeiro interrogatório judicial, o seu filho Tiago Vieira, o agente de futebol e advogado Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, todos indiciados por burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.

O antigo futebolista Rui Costa, vice-presidente na direção de Vieira, assumiu a liderança do clube e da SAD.

*Última atualização às 00h19 de 16 de julho